A VERDADE GRADUAL “O QUE KARDEC DISSE E NÃO DISSE”

A VERDADE GRADUAL “O QUE KARDEC DISSE E NÃO DISSE”

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A maioria dos adeptos espíritas ainda não ultrapassou a fase cômoda da convicção ortodoxa e exclusiva daquilo que “Kardec disse”. Evidentemente, eles julgam estacionado o progresso humano, após cem anos de espiritismo, e devem ignorar as pesquisas e as revelações modernas no campo do espiritualismo.

Os espíritas ortodoxos consideram incoerentes e até heréticas todas as atividades espirituais alheias à Codificação, embora assim contrariem o pensamento universalista do próprio Codificador.

PERISPÍRITO

Citemos, como exemplo, o caso do períspirito, que Allan Kardec só registrou no “Livro dos Espíritos” com referência ao mesmo conforme as crenças científicas comuns da época. O seu mentor espiritual só pôde responder-lhe a pergunta sobre a natureza do períspirito do seguinte modo:

“Envolve (o espírito) uma substância vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira”.

Nada mais foi dito além dessa singela explicação. O períspirito era somente uma “nuvem vaporosa”, quando o próprio ocultismo da época já o considerava um organismo complexo e bem mais avançado do que o corpo transitório de carne,

Os rosacruzes, os teosofistas e os iogues dizem ser o períspirito portador de sistemas complexos atuando em campos energéticos sob a forma de luzes, cores, peso temperatura, magnetismo, defesa e imunização, além do mecanismo que permite a volitação sob o impulso da mente (*).

Aliás, a maioria dos espíritas desconhece o próprio duplo etérico, constituído de éter físico e dos centros de forças chamados chacras, o qual atua como intermediário entre o períspirito e o corpo físico.

Em consequência, os “passadistas” protestam sob a convicção de que o envoltório perispiritual deve ser apenas uma nuvem vaporosa, conforme “disse Kardec”. Indubitavelmente, se assim for os desencarnados não devem passar de um bando de abelhas ou borboletas sem pouso definido a vagar pelo Espaço.

Eles não compreenderam a explicação rudimentar do Codificador sobre a natureza do períspirito, que não define a sua exata realidade, mas apenas é explicação condizente com o ceticismo da época, a fim de não ridicularizar a Doutrina Espírita em seu início.

Atanagildo/Ramatís – “Semeando e Colhendo”

(*) O períspirito compreende inclusive dois corpos distintos: o corpo astral e o corpo mental. Sobre este, André Luis mesmo fala em “Evolução em Dois Mundos”; e o demonstra especificamente em “Nosso Lar”, quando deixa seu corpo astral ali e sai, em corpo mental, a visitar sua mãe em esfera superior, retomando na volta o veículo astral. Nunca se ouve tratar desse veículo entre os espíritas. Terão receio de saber mais de sua própria realidade interna, mesmo quando lhes falam vozes abalizadas?

QUEM DISSE QUE TUDO JÁ FOI REVELADO?

Allan Kardec diz claramente em “A Gênese”:
“A revelação fez-se parcialmente em diversos lugares e por uma multidão de intermediários e é dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado. “
“Os que transmitem e recebem (o ensino) não são seres passivos, dispensados do trabalho e da observação e da pesquisa, por não renunciarem ao raciocínio e ao livre arbítrio; porque não lhes é interdito o exame, mas, ao contrário, recomendado; enfim, porque A DOUTRINA NÃO FOI DITADA COMPLETA, nem imposta à crença cega”.

“O princípio da imutabilidade, que as religiões tem sempre considerado uma égide conservadora, tornar-se-á elemento de destruição, dado que, imobilizando-se, ao passo que a sociedade caminha para a frente, os cultos serão ultrapassados e depois absorvidos pela corrente das ideias de progressão”.
“ A imobilidade, em vez de ser uma força, torna-se uma causa de fraqueza e de ruína para quem não acompanha o movimento geral”
E ainda completa Kardec, no “Documento da Constituição do Espiritismo”:
“(…) Se suas ideias forem justas, ainda que seja num único ponto, a doutrina que procura o bem e a verdade onde quer que se achem, assimilá-los á”