OS DOENTES INCURÁVEIS

CADA HUMANIDADE TEM A MEDICINA QUE MERECE

O tratamento médico do mundo terreno ainda é exercido à base de substâncias indesejáveis, da mutilação cirúrgica, das cauterizações cruciantes e perfurações dos músculos e veias pelas agulhas hipodérmicas, porque os terrícolas ainda são criaturas cujo primarismo espiritual as torna passíveis de uma terapêutica severa e aflitiva. A medicina terrena não é culpada pela sua impotência em não curar todos os pacientes, ou pela impossibilidade de exercer a sua missão de modo suave, indolor e infalível.

Tais contingências são uma decorrência psicomagnética do períspirito dos terrícolas. Mesmo as criaturas mansas de coração e até bondosas, mas que se encontram em sofrimentos atrozes, como os cancerosos, não passam de almas delituosas no seu passado, e ainda em transe de purificação espiritual.

No entanto, o Alto se penaliza das criaturas humanas ainda perversas e animalizadas, e patrocina no mundo material a organização benfeitora da medicina, que cumpre o sagrado dever de aliviar a dor humana quanto possível.

O médico, portanto, não merece censuras porque comete equívocos na tentativa justa de curar o seu paciente; este é que, em geral, por força da lei sideral, ainda não merece o alívio da dor ou a solução definitiva para sua doença.

A COLHEITA OBRIGATÓRIA

Convictos do processo cármico retificador do espírito através das reencarnações expiatórias, tereis de admitir que, em face das tropelias, desmandos, crueldades das hordas famélicas e perversas do passado, esses mesmos espíritos belicosos precisam retornar à Terra para a retificação de sua consciência ainda tão brutalizada. Também é óbvio que ainda não merecem um tratamento suave, indolor e benfeitor por parte da medicina do mundo, e sim a mesma crueza que adotaram em suas vidas anteriores.

Tais espíritos ainda não merecem o socorro médico indolor pois, em vidas pregressas, foram fanáticos inquisidores do Santo Ofício, torturadores do Oriente, tiranos na Pérsia, católicos no massacre de São Bartolomeu, perseguidores de cristãos nos circos romanos, bárbaros senhores de escravos, soldados sanguinários das hostes de César, de Tamerlão, de Átila, de Gengis Khan, de Anibal; e assassinos dos judeus e povos indefesos, sob o comando de Hitler.

Esses impiedosos homens do passado encontram-se atualmente em provas acerbas, reencarnados como cidadãos comuns, operários, médicos, militares, artistas, comerciantes, motoristas, advogados enfermeiros ou participantes de diversas religiões e credos.

A TERAPÊUTICA NECESSÁRIA DA DOENÇA

A dívida cármica deles é para com o orbe terráqueo, onde vasaram sua crueldade contra populações e criaturas indefesas; e por isso, a Lei os obriga a pagar até o “último ceitil”, colhendo os efeitos das causas malignas semeadas no pretérito. Não há favorecimentos da Lei Divina, mas a injustiça também é impossível no processo de angelização do homem.

Sem dúvida, a doença cruel é a terapêutica mais adequada para esses espíritos algo embrutecidos e refratários ao sentimento espiritual. Embora eles vos pareçam pacíficos e bondosos, ainda conservam no âmago da alma o potencial da violência da falta de compaixão, como as sementes no solo ressequido, que não tardarão em expelir o seu tóxico logo que surja o clima apropriado.

Abatidos, cansados e profundamente humilhados, atingem a cova do cemitério e os seus corpos de carne transformam-se na “ponte viva” que intercambia para o subsolo os venenos do ódio, da raiva, da perversidade, da violência, do orgulho, da prepotência e cupidez gerados no barbarismo dos estímulos animais.

O MERECIMENTO PARA AS TERAPIAS SUAVES

As pessoas de melhor graduação espiritual, ou que se encontram no fim de suas provas cármicas pelos sofrimentos ou vicissitudes já sofridos nas vidas anteriores, são eletivas e beneficiadas pela homeopatia, irradiações fluídicas, passes mediúnicos ou água fluidificada, dispensando a medicina cruciante das reações tóxicas.

Eis porque há tanta decepção e variedade no tratamento dos homens na Terra, pois a terapêutica salvadora de uma criatura é inócua aplicada a outro enfermo nas mesmas condições.

É o motivo porque há também grande sucesso na terapêutica médica e na terapêutica espírita mediúnica. No entanto, ambas fracassam em certos casos, quando os pacientes não fazem jus à cura, qualquer que seja o tipo de tratamento.

RAMATÍS – “Mediunidade de Cura” – Médium: Hercílio Maes