QUEM SÃO OS MÉDIUNS NA SUA GENERALIDADE

Quando me vejo diante de tantas amarguras e vicissitudes vivenciadas pelos médiuns, sensitivos, canalizadores e outros tantos termos similares e o quanto alguns ainda se veem na condição distorcidamente egóica e de mau uso desta faculdade, que poderia lhes proporcionar mais alguns meritórios créditos nas “suas contas bancárias divinas”, logo me vêm uma antiga e prudente explicação de suas causas pregressas.

Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.

Ao que Chico ainda faz um apelo aos médiuns:

Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas! preferi viver na maior das provações a caírdes na estrada larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos vulneráveis. Recordai-vos de que é preciso vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos de dor expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino militares. O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo, através da virtude e do dever comprido, não saireis do círculo doloroso das reencarnações.

Francisco C. Xavier pelo espírito Emmanuel da obra Emmanuel em 1939

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