Wagner Borges
(Uma Homenagem às Mães, Médiuns* da Vida)
Mãe, cresce em teu ventre um filho do Eterno.
A energia se condensa em volta da estrelinha espiritual.
O azul do Céu se junta com o vermelho da Terra.
O teu ventre vira um sol, e tua aura fica tão linda!
Que o teu útero seja uma casa abençoada!
Que as luzes do universo iluminem o lar do teu bebê.
Que tu sintas a pulsação da vida chegando a ti.
Que tu recebas o filho como um presente da Presença**.
Que a história dele seja linda contigo.
Na linha do horizonte do céu de teu coração, brilha a aurora.
Em teu ventre, brilha o fogo estelar revestido de corpo da Terra.
Em teus olhos, o brilho da esperança e do amor.
Nos olhos do bebê, o brilho da vida florescendo na nova experiência.
Mãe, em teus olhos, e nos olhos do teu filho, o brilho da Presença.
Sabe, o Eterno cingiu espiritualmente tua fronte e disse:
“Querida, recebe uma de minhas estrelinhas, como se fosse tua.
Cuida dela com inteligência e carinho, sem deixares de ser tu mesma.
Ama-a e ajuda-a a crescer; mas sem que tu deixes de crescer também!
E não te esqueças: tu também és uma de minhas estrelinhas.
Tu eras menina; agora te tornastes mulher e mãe: percebes o ciclo da vida?
Por um tempo, minha estrelinha será tua; cuida dela como um presente.”
Mãe, tua tarefa não é fácil; mas os poetas e os espíritos te compreendem.
Eles percebem o presente que a Presença te deu. Eles vêem o brilho!
Eles conhecem tuas esperanças e teus sonhos, apenas pelo brilho do teu olhar.
Eles olham para o teu ventre e vêem o sol; olham para ti, e vêem a aurora.
Eles vêem tua fronte cingida pelo Eterno. Eles sabem de onde vem a estrelinha.
Sim, os poetas e os espíritos de luz conhecem o teu presente.
Por isso eles se uniram para te homenagear, sob a luz da Presença.
Tu agora és mais do que mulher: tu és mãe! Tem um sol no teu ventre!
Saibas disso, querida, e sejas feliz.
Que a luz ilumine a jornada de teu bebê pelos caminhos da vida.
Que o amor te dê forças e coragem para ajudá-lo nessa travessia.
Que tu sejas uma inspiração para ele.
E, não te esqueças: além de mãe, tu és mulher também!
Não cuides apenas dele; cuida de ti mesma; cresça junto!
O bebê é uma estrelinha do Todo; mas tu também és!
Que tu brilhes muito; que o bebê brilhe; que a vida floresça…
Em todos os brilhos, o brilho da Presença que está em tudo.
(Esses escritos são dedicados a todas as mães; pelas noites de sono mal dormidas; pelos seios rachados de tanto amamentar; pelo choro de preocupação; pela paciência de agüentar muitas pirraças; pela coragem de aceitar a tarefa de educar uma estrelinha da Presença como se fosse sua mesma; pela força de suportar o próprio ventre virar sol; pela decisão de permitir o desenvolvimento de mais uma vida em seu ser, mesmo à custa de tanto sacrifício.)
P.S.:
Esses escritos não têm um motivo particular. Eles simplesmente vieram.
Assim como a própria vida, eles apenas são. Igualzinho às estrelinhas, eles descem entre os homens. Só a Presença é que conhece os motivos de tudo o que rola interdimensionalmente.
Os espíritos sopram as idéias. Já os poetas, esses nada sabem, só sentem… E escrevem.
Paz e Luz.
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.
– Notas:
* Médium – do Latim, intermediário; medianeiro; agente interplanos.
** Quando os antigos iniciados celtas admiravam os momentos mágicos do alvorecer e do crepúsculo, costumavam dizer: “Isso é um assombro!”
E assim era para todas as coisas consideradas como manifestações grandiosas da Natureza e do ser humano.
Ver o brilho dos olhos da pessoa amada, a beleza plácida da lua, a alegria do sorriso do filho, ou o desabrochar de uma flor eram eventos maravilhosos.
Então, eles ousavam escutar os espíritos das brumas, que lhes ensinaram a valorizar o Dom da vida e a perceber a pulsação de uma PRESENÇA em tudo.
A partir daí eles passaram a referir-se ao TODO QUE ESTÁ EM TUDO como a PRESENÇA que anima a Natureza e os seres.
Se a luz da vida era um assombro de grandiosidade, maior ainda era a maravilha da PRESENÇA que gerava essa grandiosidade.
Perceber essa PRESENÇA em tudo era um assombro!
E saber que o sol, a lua, o ser amado, os filhos, as flores e a Natureza eram expressões maravilhosas dessa totalidade, levava os iniciados daquele contexto antigo da Europa a dizerem: “Que assombro!”
Hoje, inspirado pelos amigos invisíveis celtas, deixo registrado aqui nesses escritos o “terno assombro” que sinto ao meditar na PRESENÇA que está em tudo.
E lembro-me dos ensinamentos herméticos inspirados no sábio estelar Hermes Trismegisto, que dizia no antigo Egito: “O TODO está em tudo! O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração.”
O TODO ou A PRESENÇA, tanto faz o nome que se dê.
O que importa mesmo é a grandiosidade de se meditar nisso; essa mesma grandiosidade de pensar nos zilhões de sóis e nas miríades de seres espalhados pela vastidão interdimensional do Multiverso, e de se maravilhar ao se perceber como uma pequena partícula energética consciente e integrante dessa totalidade, e poder dizer de coração: “Caramba, que assombro!”