Espíritas ortodoxos x Ramatís

Dentro do ESPIRITUALISMO (no sentido de não materialismo) amplo, existem dois extremos básicos:

  1. Os radicais em suas escolhas religiosas / metafísicas / espiritualistas / filosóficas, enfim, conscienciais; que apenas aceitam suas opções evolutivas e fazem excludência antiética e anticosmoética das outras, se achando-se os mais “salvos”, “superiores”, “puros” (purismo doutrinário) “avançados” ou “evoluídos”; e;
  2. Os “flexíveis” demais que acreditam em tudo, creem que universalismo é salada mítica, são ingênuos e sem noção, e acabam sendo vítimas do ESPIRITUALISMO COMERCIAL prostituído (new age) que assoberba a internet mundial, prometendo facilidades e milagres fáceis por dinheiro. Aliás, os mercadores da magia nunca tiveram tantos clientes.

Eu prefiro uma postura intermediária, de pesquisador, que duvida antes, e só define uma opinião, depois de pesquisar, sem crenças cegas ou negações cegas também. A negação é uma crença ao contrário. E não é preciso ter uma opinião pronta para tudo. A melhor resposta às vezes é “eu não sei” por enquanto.

Existem também três perfis psicológicos bem determinados nas abordagens pessoais quanto à relação íntima com o transcendente:

  1. Os mais religiosos, mais devotos, com fé mais simples, espontânea e apaixonada;
  2. Os com perfil técnico básico, sem visão de conjunto e ainda muito preconceituosos, o típico seguidor / frequentador mediano;
  3. Os com perfil mais técnico, mais matemáticos, mais físicos (de física – ciência), mais filosóficos, com melhores capacidades de abstrair, de intuírem e analisarem os fatos sem paixão. Os estudos conscienciais para esses costumam ser prioritários em suas vidas.

Neste aspecto anterior eu me situo no item 3, e sob minha visão e análise dos fatos, enxergo a maioria esmagadora dos espíritas, situados no item 2 (frequentadores desinteressados), inclusive muitos universalistas apreciadores dos conhecimentos de Ramatís. Sim, é um generalismo útil, sadio e necessário.

Existem ainda mais dois parâmetros (talentos) que são determinantes para o discernimento geral dos apreciadores do TRANSCENDENTE seja de ordem ou linha de pensamento quais forem: religiões, escolas esotéricas ou outras opções evolutivas conscienciais, etc.

  1. Serem meros intelectuais, analíticos e cognitivos dos conhecimentos transcendentes – o pesquisador frio;
  2. Serem sensitivos e parapsíquicos com experiência pessoal nítida vivenciando: viagens astrais conscientes, clarividência, clariaudiência, psicometria, intuição ampla, mediunidades várias, etc;
  3. Os que associam ambos os talentos 1 e 2 anteriores, são sensitivos, parapsíquicos, etc., e são pesquisadores amplos, com postura flexível e ponderada.

Eu confesso que me enquadro nitidamente no item 3. Aliás, por minha história de vida (com eventos mediúnicos e parapsíquicos já de berço), já relatados na introdução do livro O KARMA E SUAS LEIS (intuído espiritualmente por Ramatís). E meu espírito de pesquisa e de questionador também vem de cedo, por isso escolhi carreira em ciências exatas, embora tenha me pós-graduado 2 vezes na área de humanas.

Há outros conjuntos, uma outra visão sobre o universalismo

  1. Os exclusivistas, conforme já citei antes, totalmente focados em sua doutrina e negadores das outras, portanto, são exatamente o CONTRÁRIO DE UNIVERSALISTAS;
  2. Os “universalistas” de biblioteca, ou seja, os que não têm medo do conhecimento, tem mente aberta para tudo, leem, estudam e pesquisam tudo, mas no íntimo, apenas sua linha é a “evoluída” e o resto é escória;
  3. E os universalistas de coração, ou seja, os universalistas verdadeiros, que podem ler de tudo e aprender com todos e não apenas para a linha mestra que escolheram.

Bem, acredito que, para alguém ter uma visão de si mesmo, como eu disse que tenho e me enquadrei nos itens que descrevi, é preciso um mínimo de autoconhecimento consciencial. Autoconhecimento consciencial não é algo meramente social ou psicológico, mas algo um tanto mais profundo e devastador que isso, em que o indivíduo já galga esse caminho há muitos anos, talvez várias encarnações, a fim de se reconhecer, assumir e abraçar sua própria sombra com honradez e certa serenidade.

E como já dizia Einstein:

Tudo aquilo que o homem ignora, não existe para ele. Por isso o universo de cada um, se resume no tamanho de seu saber.

E como dizia Waldo Vieira:

Cada um é mercador da própria ignorância.

O que quero dizer é que cada um usa o que tem, faz o que pode, em um contexto em que uns “enxergam” mais e outros “enxergam” menos, e isso sempre existirá e não tem problema nenhum. O problema é quando alguém ou algum grupo deseja julgar, condenar, moralizar ou impor aos outros sua “visão de mundo”.

E surge o ridículo do fenômeno “daquele que sabe menos” desejar ensinar  a “quem sabe mais”, que é um fenômeno mundial ocorrendo em 2020, em que muitos espíritos da era das inquisições católica e protestante, estão reencarnados e continuam reencarnando, trazendo ideias radicais, agressivas, extremamente antiquadas e medievais, como a de que a Terra é plana, vacinas fazem mal, o homem não foi à Lua, o homem tem de dominar a mulher, teorias absurdas da conspiração, e mais uma série infinita das piores imbecilidades humanas, no processo de separação do joio  e do trigo, do momento evolutivo que estamos experimentando. Eu disserto a fundo este processo no livro (a ser lançado em 2020) O DHARMA E SUAS LEIS, também orientado por Ramatís e amigos da Fraternidade da Cruz e do Triângulo.

Nesse bojo, essa nova cultura medieval contemporânea, o ódio religioso já está institucionalizado (não estou nem falando de política), e agora tudo, até as atitudes mais sórdidas são “permitidas” sob certas alegações relativistas: “em nome do bem”, “em nome de Jesus”, “em nome da Bíblia”, “em nome da família”, “em nome do espiritismo”, em que observamos esses autodeclarados arautos da “verdade” (constatação sem julgamentos) por meio dos quais as trevas se instalaram nos meios religiosos e conscienciais e estão fazendo a festa.

Chico Xavier revelou a amigos íntimos, desde a década de 60, que há muitos padres da antiga inquisição católica reencarnados no espiritismo atualmente, daí por que vemos tanta inquisição em alguns movimentos espíritas. Mas eles estão entre os neopentecostais também (e acredite, eu os vi dentro da conscienciologia de Waldo Vieira também). E que bom! Isso já é um progresso, eles, reencarnados no espiritismo, mesmo sendo ultra radicais, é um grande avanço na evolução deles – aplausos! Mérito seja considerado. Mas não vamos deixar de refutar com elegância e respeito o que alegam sobre Ramatís e seus médiuns. Inclusive, um desses “padres inquisidores espíritas” escreveu um livro apenas na intenção antifraterna de atacar Ramatís e a todos os seus médiuns indistintamente, comprovando o que estamos falando. É um dos “Quevedos” do espiritismo.

Gosto muito de lembrar-me do Padre Quevedo que foi um sórdido perseguidor e crítico antiético do espiritismo nas décadas de 1970 e 1980 e, algumas décadas depois, começou a perseguir os neopentecostais. Os espíritas reagiram, responderam a altura e refutaram, muito justo. No entanto, eles se tornaram o “PADRE QUEVEDO” de Ramatís, fazendo a mesma coisa até hoje! Podemos também nos defender e refutar?

Outro grande crítico do espiritismo foi Waldo Vieira (dizia que o espiritismo é apenas consolação – dá o peixe e não ensina a pescar), a quem conheci pessoalmente e estudei de muito perto, por vários anos, seja no Rio de Janeiro seja em Foz do Iguaçu.

Waldo tinha o mesmo nível de mediunidade de Chico Xavier, psicografou junto com ele muitos anos. Inclusive dividiu a psicografia em 50% do livro Evolução em dois mundos. Não sei qual, mas um deles psicografou as páginas pares e outro as páginas ímpares, para o leitor ter uma ideia da competência desses dois excelentes médiuns.

Chico Xavier deu um upgrade no espiritismo e Waldo Vieira deu um upgrade no lado mais técnico do espiritismo, adotando outros nomes, termos e jargões e chamou de conscienciologia. Waldo tinha um nível intelectual e parapsíquico altíssimo, então é o que digo, são escolhas! Cada um escolhe o caminho, a linha de pensamento, a linha evolutiva que deseja, e não é a “sua” que está certa. Todas estão certas! Não temos de ser os QUEVEDOS dos outros, temos de aprender a respeitar e até a apreciar, e por que não, cooperar?

Eu estou sempre reciclando-me, refazendo-me, reconstruindo-me e me perguntando onde preciso melhorar a mim mesmo, para que eu possa ouvir melhor a voz íntima e divina da intuição de meu Eu superior possa a cada dia ficar mais claro.

Ontem a noite, 21/05/2020, o amigo Mauro Maes (filho de Hercílio Maes) postou em seu Facebook um convite para uma live do pesquisador espírita Edelso da Silva Júnior que eu não conhecia. Eu confesso que fui assistir com reservas, pois conheço bastante bem o comportamento e a postura dos espíritas “padrão”, e costumo os achar demais engessados mentalmente além de muito moralistas. E confesso, eu gostei muito.

O mais interessante é que diversas coisas que o palestrante diz no vídeo, eu já escrevi exatamente igual em diversos textos antigos postados no blog do www.consciencial.org, e descobri que a linha de pensamento dele é muito parecida com a minha.

Mas a minha dica (é bem fácil) para quem quiser saber se uma obra é ou não é de Ramatís é a seguinte:

  • Reúna os melhores talentos e atributos que já enumerei acima, tudo em si mesmo;
  • Elimine seus preconceitos de antecipar conclusões, sejam pró ou contra;
  • Viva o relativismo mediúnico em si mesmo para saber como é difícil não poder mostrar a “carteirinha” do espírito;
  • Faça viagem astral lúcida e bem rememorada para ter mais experiência extrafísica e melhorar a sua perspicácia consciencial;
  • Seja clarividente ostensivo e veja se “tem espírito ali”;
  • Seja um sensitivo e perceba as energias dos textos, a conexão a egrégora pelas entrelinhas;
  • Faça uma psicometria do livro, site, e-book, texto e analise sem emoções as qualidades energéticas a que remete.

Agora vou explicar como NÃO deve fazer, porque não adianta e está errado:

Analisar se o texto é em perguntas e respostas – por quê?

  • Porque se o animismo lúcido do médium não quiser escrever nesse formato, Ramatís respeita;
  • Porque não dá para escrever algo muito técnico, com gráficos, esquemas e tabelas em formato de perguntas e respostas;
  • Porque não é preciso subjugar a inteligência dos leitores e querer que tudo seja mastigadinho nesse formato;
  • Porque não é o médium que se adequa ao espírito, mas o exato contrário (é possível que uma psicografia ditada por um mesmo espírito a médiuns diferentes tenha diferenças, inclusive do estilo do texto, porque o espírito poderá usar as habilidades que estão guardadas na memória espiritual do médium, por exemplo, seus talentos literários de outras vidas);

Um exemplo simples disso é você tentar discorrer uma monografia, um TCC (materiais técnicos) nesse formato de perguntas e respostas engessado. Isso pode ser usado em trechos, quando for coerente.

As análises somente racionais e cognitivas são insuficientes para analisar a “espiritualidade de uma obra”. A pessoa teria de ser totalmente isenta, sem clubismos, sem preferências, sem preconceitos, com menos ego possível, algo impossível na atual fase planetária.

Dalton Campos Roque