EQUÍVOCOS, FRACASSOS E QUEDAS DOS MÉDIUNS: OS MÉDIUNS SÃO SENSÍVEIS COMO AS SEMENTES!

EQUÍVOCOS, FRACASSOS E QUEDAS DOS MÉDIUNS: OS MÉDIUNS SÃO SENSÍVEIS COMO AS SEMENTES!

Os desafios da mediunidade tornam-se mais suaves à medida que esta mediunidade primária amadurece nos médiuns iniciantes e até os mais experimentados.

Qual seria o significado do mediunismo e da mediunidade nos dias de hoje?

Vamos tentar explicar e desenvolver uma melhor compreensão do tema de forma comparativa. Primeiramente, descreveremos as particularidades e sutilezas de algumas características que definem alguns processos da Morfologia de Sementes.

Por quê? Porque acredito que as figuras de linguagem são mais eficazes para estabelecer a fluidez do raciocínio em temas mais complexos, como foi o caso da “Comparação com a Semente”, a fim de que Kardec pudesse compreender, naquela época, o conceito de “Perispírito” – o corpo fluídico ou espiritual, conforme descrito pelos espíritos, que envolve o espírito.

Foi Kardec quem deu a este corpo fluídico o nome de perispírito, em alusão ao “perisperma”, a membrana que envolve a semente de um fruto. Seguindo o mesmo princípio, utilizaremos o “contexto da semente” neste artigo para compreender as sensibilidades do estado mediúnico (mediunismo) e os riscos associados neste longo caminho para alcançar um estado de maturidade na mediunidade nos médiuns.

O mediunismo é como uma semente, sujeita às influências exteriores do solo: umidade, adubação, chuva e raios de Sol adequados, sem excessos, capazes de excitar sua natureza atômica na medida certa, refletindo comandos naturais que seguem para a fase molecular e desenvolvem a estrutura embrionária, dando início às camadas das estruturas físicas que a transformarão numa gigantesca árvore arquitetada pela Natureza.

A cobertura da semente tem como funções manter unidas suas partes internas e fornecer proteção mecânica contrachoques, microrganismos e insetos. Também lhe são atribuídas funções reguladoras no processo de germinação, regulando a entrada de água e oxigênio necessários à germinação, podendo causar impermeabilidade a esses elementos, reconhecida como um mecanismo de dormência. A germinação pode ser impedida pela dormência, danos mecânicos severos ou deterioração das sementes.

Neste simples processo, reconhecido pela ciência biológica e por diligentes agricultores através do conhecimento empírico, encontramos exemplos comparativos em nossa abordagem ao processo de amadurecimento do mediunismo até a maturidade da mediunidade. As influências externas e internas são fundamentais para que a semente germine ou pereça, quando repousa sob o solo, seja este fértil ou inerte, envolto em rochas com temperaturas elevadas ou baixas em sua superfície rochosa.

Assim como as sementes são influenciadas por fatores externos e internos, o mediunismo também é sujeito às influências exteriores no desenvolvimento e educação mediúnica: o ambiente físico equilibrado e preparado para o aprendizado nos torna harmoniosos em nosso mundo interior, assim como é o acolhimento da correta umidade nas sementes e plantas. O Evangelho do Cristo e demais ensinamentos espirituais existentes nos alimentam com nutrientes no adubo para os conceitos morais, o auxílio da espiritualidade que se manifesta como chuvas advindas dos fluídos em nossos corpos energéticos, e os raios de Sol que nos iluminam de dentro para fora nesse espírito, que busca se tornar a luz perante a penumbra.

Na oposição a esses simples princípios e se mal administradas por descuido moral e ético, nossa presença no ambiente mediúnico e o desenvolvimento são afetados, atrofiados e podem até nos causar riscos pela “abertura dos chacras” (centros de força que nos conectam com a espiritualidade e o equilíbrio físico e espiritual), além de nos fazer adormecer a mediunidade, ou sermos arrastados ao campo do desequilíbrio, obsessão, ou até mesmo nos estados mais graves, à loucura. Estas são as primeiras quedas, assim como as sementes são levadas pela correnteza da chuva até os rios e as rochas, ou arrastadas pelos insetos até seus ninhos para nutrição ao lado das folhas secas.

Segundo Luiz Gonzaga Pinheiro em “Diário de um Doutrinador” encontramos uma pequena, mas autêntica frase das Máximas Délficas do Templo de Apolo para a nossa reflexão: — “Perceba o que ouviu, saiba o que aprendeu. Não se canse de aprender. Conheça a si mesmo. Seja grato.” Se estudarmos cada frase, fecham-se exemplos de condutas morais e espirituais em apenas 19 palavras.

Não nos permitamos ser nutrientes para outras mentes sedentas de nossa substância espiritual mal-empregada.

Voltando aos exemplos, essa cobertura da semente, quando trazida para o contexto da mediunidade, é representada pela prece e pela constância, preservando nossa intimidade e garantindo a germinação correta das ideias oriundas da intuição, inspiração e outras tarefas mediúnicas saudáveis.

Mesmo com os mecanismos que favorecem a mediunidade intuitiva, mecânica, semiconsciente ou inconsciente em nosso tempo, o que fundamenta nossos alicerces e nos impede de errar ou fracassar é a autoavaliação moral e a autoanálise das técnicas mediúnicas.

Nenhum guia espiritual nos privará do direito ao livre-arbítrio e ao aprendizado, e não nos causa constrangimentos ou perturbações, desde que pratiquemos a mediunidade com disciplina e em ambientes adequados. Caso contrário, arriscamos ser ridicularizados e nos tornarmos infrutíferos no meio espiritual, como ovelhas entre lobos, ou mesmo nos transformando em lobos em pele de ovelha. Em qual lado estamos ou não desejamos estar?

Em resumo, para complementar o raciocínio: “mediunismo é uma expressão criada pelo Espírito Emmanuel que designa as formas primitivas de mediunidade que fundamentam as crenças e religiões primitivas. A diferença está na conscientização do problema mediúnico”.

Observamos muitos conflitos morais, éticos e guerras de palavras, principalmente das ideias espirituais interpretadas erroneamente ou superficialmente aplicadas. Muitas vezes, as “ideias inatas” dos espíritos encarnados ou desencarnados que inspiraram muitas obras educacionais, ou mensagens mediúnicas são desconsideradas, ou esquecidas, afastando-se dos próprios exemplos e ensinamentos que nos alertam para a realidade espiritual e os conflitos humanos na sociedade que refletem esses estados expiatórios e provatórios nos quais estamos envolvidos.

Muitos conhecimentos adquiridos são arquivados e não aplicados.

Muitos erros, muitas quedas… Apesar de tantos ensinamentos “antigos” ao nosso alcance, que poderiam nos despertar, falhamos ou preferimos aqueles considerados “novos”, que se apresentam sem bases essenciais, mas são preenchidos com capas e chamadas cada vez mais admiráveis, propagandas que nos parecem cinematográficas através dos eventos fenomenais para atrair o freguês. Mas, onde está a essência? Busquemos, ao menos, a essência, pelo seu conceito moral, quando existirem. Considero mais grave os muitos conceitos espirituais utilizados para contextos humanos, com alteração dos nomes ou das técnicas ao sabor da inovação e da exploração financeira dos incautos.

Em outro panorama, é interessante notarmos, que muitas vezes, com o contato com o conhecimento espírita ou espiritualista nos faz ter a sensação de repetir uma matéria esquecida no tempo… mas, recordemos, que segundo Platão: “Aprender é apenas recordar”. Não muito distante, Rivail (Kardec) ensina que: “os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem. Libertos da matéria, os Espíritos sempre os têm presentes. Durante a encarnação, esquecem-nos em parte, momentaneamente; porém, a intuição que deles conservam auxilia o progresso”.

Queremos evidenciar que, apesar dos desafios, todos somos impulsionados a nos reerguer diante das quedas, obstáculos ou tempestades, pois estamos destinados à felicidade e às vitórias – afinal, não estamos sozinhos!

Parafraseando Gibran Khalil: “As tempestades nada podem contra as sementes”. Interrogo-me: Onde estão abrigadas nossas sementes?

Se nossas sementes não estão germinando ao lado das surpresas das obsessões, fascinação, mistificação e até mesmo o pior cenário da subjugação, através das ideias sobre a espiritualidade e os fenômenos que nos envolvem, serão sementes enriquecidas com os mais belos exemplos de resignação diante dos desafios e da própria redenção. Mas, preferimos esquecer ou desprezar nas gavetas os bons exemplos e conhecimentos de nossas próprias casas, que nos oferecem acolhimento e tratamento social e espiritual. Até mesmo caímos nas armadilhas da manipulação literária, sob influências malévolas de seus autores ou conluios, como evidenciado em muitas editoras na atualidade.

Pausamos nessa parte para dedicarmos com mais didática às diversas formas de obsessão – como a simples, a fascinação, a mistificação e a subjugação — que permeiam o universo espiritual.

Na obsessão simples, um ou mais espíritos exercem influência sobre a mente do médium, de modo que este perceba conscientemente essa influência. Já a fascinação cria uma ilusão direta no pensamento do médium, limitando sua capacidade de discernimento. A mistificação, por sua vez, é um desafio a ser evitado no espiritismo ou nas casas espiritualistas.

Ao buscarmos o espiritismo e demais coesões de ensinamentos que nos cercam com seriedade, atentemos com mais cuidado, apenas naqueles que podem e devem nos oferecer, com foco no aperfeiçoamento moral, evitamos cair em enganos. A verdadeira moral, acessível a todos, nos guia para distinguir entre comunicações autênticas e mistificações.

Aqueles que mantêm reserva e desconfiança diante do que se desvia do propósito essencial do espiritismo e do espiritualismo sério, não são facilmente enganados.

Lembramos, novamente, que mistificar é manipular, iludir ou abusar da boa-fé, e somente aqueles que subestimam esses riscos acabam sendo suas vítimas.

Por fim, a subjugação paralisa a vontade da vítima, levando-a a agir contra si mesma. Seja moral ou corpórea, ela pode induzir a decisões absurdas ou a atos ridículos. Neste caso, em circunstâncias especiais e raras, dada a periculosidade do cenário, é necessário ter cautela e sensibilidade para não expor o subjugado à consciência de estar sendo conduzido por tratamentos espirituais. Isso ocorre porque os que “dominam” o seu alvo estão cientes do atendimento e procuram as fraquezas mediúnicas do médium imperfeito e as brechas que se apresentam no centro espírita, muitas vezes devido à falta de atenção por parte de seus dirigentes. Neste caso específico ou especial, permitamos que os Maiores, Guias e Mentores atuem nas casas especializadas, utilizando técnicas e energias que desconhecemos, sempre imersos na grandiosidade do amor universal!

Estudemos os riscos ou perigos. Os perigos espirituais se insinuam na matéria porque negligenciamos nossa própria evolução espiritual. Em vez de focar em nosso próprio crescimento, preferimos orientar os outros e muitas vezes falhamos em vigiar nossas próprias ações.

Não aproveitamos nossas quedas ou erros como lições para aprender e nos aprimorar.

Por que ignoramos a voz que nos chama à humildade!

Adoramos seguir personalidades que nos encantam com sua oratória, ou admiramos os fenômenos em suas tribunas, mesas mediúnicas repletas de psicografias, psicofonias e psicopictografias etc.

No entanto, alguns ainda ignoram os ensinamentos advindos das preleções, da terapêutica das cores criadas pelos pincéis, e os ensinamentos morais presentes nas doces ou enérgicas palavras da espiritualidade, assim como nas frases morais que nos alertam nas cartas que nos são endereçadas para melhores condutas.

Do outro lado, se o médium não estuda ou não busca sua reforma íntima, alguns desses notáveis, aos nossos olhos, podem estar distantes da prática do evangelho, quiçá nós mesmos.

Este conceito e histórias são exaustivamente conhecidos por gerações, até mesmo exemplificados na espiritualidade por livros e até mesmo no cinema, como nos exemplos de “Nosso Lar II — Os Mensageiros”.

Concluímos, como espíritas, espiritualistas ou simpatizantes, que nada se apresenta como cenário novo, assim como não é nova a indiferença humana a tudo o que abordamos aqui. Porque somos os mesmos espíritos em reconstrução!

Sabemos que não existe uma única fórmula educacional, pois, somos moldados pelas culturas espirituais e pela época que nos tornam médiuns ou sensitivos. Sem a prática e a constância mediúnica com evangelismo, tornamo-nos mais suscetíveis à manipulação externa e ao fortalecimento do ego, resultando em derrota.

O fato de nos tornarmos cegos, influenciados ou obsidiados, vem de nossos desejos humanos que nos reconectam às afinidades com os espíritos. Esses “espíritos” não são os causadores dos males terrenos; são apenas efeitos das falhas dos espíritos encarnados, ou seja, de nós mesmos.

Consideramos que o encarnado é a máquina mais perturbadora, gerando ondas perturbadoras na psicosfera, atraindo perturbadores por afinidade moral. Ainda que no plano espiritual haja a presença de mais de 64 bilhões de espíritos na esfera, ao redor dos 8 bilhões de encarnados, não é essa grandeza de pensamentos que desvia o homem de seu caminho até Cristo; são os próprios encarnados que fecham suas portas na arrogância, insensatez e falta de fé. Quiçá, são os mesmos encarnados que ignoram e esquecem dos ensinamentos recebidos minutos após uma preleção educacional ou espiritual em suas vidas.

Cada ser humano é um poderoso transformador que distribui suas ondas de pensamento, que se tornam magnéticas, semelhantes aos ímãs que atraem ou repelem outros seres, tanto na vida terrena quanto na espiritual. Também podem ser comparados às turbinas nucleares geradoras de eletricidade, distribuindo e misturando outras fontes de energia para alcançar bilhões de seres.

Recebemos a mesma luz por processos diferentes, para chegar a lares distantes. No entanto, a lâmpada só se acenderá ou apagará se houver interruptores, ou disjuntores mestres. Ligar ou desligar, acender ou apagar, perceber a luminosidade ou a escuridão depende da vontade e do conhecimento em tocar nesses controles e saber controlá-los.

Há um conceito entre os espíritos acerca dos fenômenos orgânicos responsáveis pela mediunidade. Uma vez que esta está presente, é como saber tocar no disjuntor para acender essa luz; todos possuem o estímulo inato para saber desligá-lo e conviver harmoniosamente com suas tarefas domésticas e profissionais, sem causar desconfortos ou desequilíbrios, sem correr riscos obsessivos ou cair na fascinação no próprio grupo ao qual pertencemos.

Fundamental minimizar ou evitar quedas que nos arrastam para os abismos do remorso, por nos tornarmos, muitas vezes, as novas “pedras de tropeço” de outros médiuns e/ou dos nossos assistidos, que nos buscam nas intermináveis filas e caminham ao nosso lado, é essencial.

Finalizamos dizendo que essa faísca de luz representa cada pensamento humano, capaz de chegar à espiritualidade, onde a população de espíritos nos cerca como verdadeiros transformadores. São nossos pensamentos que se distribuem para os milhões de pensamentos por lá, conforme a grandeza de nossas relações benéficas ou maléficas e os comprometimentos que adquirimos, assim como um gerador que chega a diversos lares terrenos.

Na maioria das vezes, não são os espíritos que nos afetam, mas sim nós mesmos, os encarnados, que permitimos ser arrastados por afinidades e descontroles nessa rede de distribuição da vida.

Os conflitos existenciais e as dúvidas sobre a espiritualização existem porque o homem na Terra ainda se encontra em estágio de imaturidade, saindo dos grandes estímulos primários que ainda instigam os próprios instintos. Muitas vezes, esses estímulos são domados com a prática do evangelismo, para que a verdadeira espiritualidade se torne o verdadeiro farol que nos guie perante as soluções e aprendizados diante das tempestades.

Outro exemplo que contribui para nossa conduta e autorreflexão como médiuns pode ser encontrado no “Dhammapada, Caminho da Lei” — Yamakavagga — Verso 1. Esse verso nos conduz a uma reflexão profunda:

“Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas pela mente e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é o resultado do que temos pensado. O que pensamos hoje é o que seremos amanhã: nossa vida é uma criação da nossa mente. Se um homem fala ou age com uma mente impura, o sofrimento o acompanha tão de perto como a roda segue a pata do boi que puxa o carro”.

Este ensinamento nos questiona: quantos de nós ainda estamos sendo a roda que segue a pata do boi? Às vezes, nem percebemos em qual carro fazemos parte, muito menos para qual destino estamos indo…

Se ainda estamos na Terra, mesmo nos sentindo deslocados devido às carnificinas e injustiças sociais, é porque enfrentamos uma das piores guerras, as internas, em nosso ser. Essas guerras são difíceis de vencer se nos afastamos dos ensinamentos de Cristo, que nos capacitam a aplicá-los com toda a magnificência e poder.

Se questionamos a injustiça de nossa permanência neste mundo, lembremo-nos de que somos testados a exercitar o amor em um mundo onde o mal ainda habita e comanda. Se ainda comanda, é porque ainda somos compatíveis com erros e iniquidades, embora em menor grau. Se ainda existem, são oriundos dos mesmos resíduos dos pensamentos dos réprobos.

Tudo melhorará quando este mal for finalizado, assim como um copo sujo de lama pode ser substituído pela água límpida. Isso decorre do tempo e da constância do fluxo d’água, desde as mais densas substâncias maléficas, que são eliminadas primeiramente, até as mais sutis, que ainda persistem na mesma água, tornando-se invisíveis aos olhos, mas ainda contaminando o recipiente e a própria água, pois é a mesma lama fétida e venenosa!

É um fenômeno natural, ao qual poderíamos analogamente comparar à força que nos atrai magneticamente para este mundo, sendo a mesma força que faz com que a substância do óleo se separe da água em direção à superfície, ou a bola cheia de ar, que sofre a pressão do fundo da piscina e sobe abruptamente até um ambiente compatível.

Quem somos nós? A bola com ar que se eleva naturalmente para outros ambientes compatíveis com sua natureza, ou o chumbo que ainda nos impede de subir? Mesmo que nos esforcemos para subir, nossa essência nos arrasta para o fundo. Para ascender, precisamos naturalmente substituir e reformar nossa essência, ou transformar a dor que nos quebra ou trinca para permitir a troca de nossas substâncias deletérias.

Segundo os pedagogos e os espíritos no Livro dos Espíritos, organizado por Rivail, ainda estamos no plano dos Mundos de Provas e Expiações. São os mundos nos quais o mal ainda predomina sobre o bem, é a classificação que a Terra recebe. Isso significa que, embora como habitantes já tenhamos alcançado certo progresso, ainda carregamos numerosos vícios e imperfeições morais.

Mesmo que as cenas dantescas e as barbáries que nos cercam diariamente neste século ainda nos choquem ao vivo nas projeções dos telejornais pelo mundo, levando muitos a refletirem sobre o porquê de estarem aqui, muitos se questionam e se sentem incompatíveis com as decisões animalescas, iniquidades e reprovações de todas as ordens.

No entanto, se estamos aqui, é porque algum mal ainda nos mantém como rocha no fundo do oceano, dependente do tempo para se tornar a minúscula areia à beira da praia, até transformar-se em poeira transportada pela vastidão da atmosfera planetária!

Assim como nós, os espíritos no mundo espiritual também são influenciados pelos ambientes e cenários em que buscam afinidades conosco, e vice-versa. Com exceção dos mais evoluídos, que já não se deixam afetar por nossas emanações tóxicas, ainda que necessitem de reforços. Esses espíritos, mais presentes em nossas rotinas e afinidades terrenas em nosso mundo, são temporariamente impedidos de prosseguir em sua evolução pela imantação dos encarnados que os reconectam. Enquanto muitos se estagnam ou permanecem na mesma esfera ou ambiente condizente com seus desejos e seu estado real de consciência, outros seguem em elevação, como balões meteorológicos mais leves que o ar. No entanto, estes últimos em anlogia, não são moldados pelo ar e pelos tecidos leves, mas sim pelo amor e pela sabedoria universal capazes de nos auxiliar e inspirarmos!

Somente nas esferas mais elevadas, ou siderais, como alguns preferem escrever, os espíritos jamais emitirão opiniões, ordens ou preferências sobre as rotinas e leis que cabe ao ser humano administrar, sejam elas políticas, sociais ou administrativas, pois cabe ao homem governar os “destinos” de sua própria vida humana. Com exceção se causarem riscos à existência planetária e à arquitetura que levará à Regeneração planetária.

Isso causa o afastamento de bilhões neste planeta, representando a eliminação da “lama pútrida” que continua sendo reforçada ou alimentada pelas emanações reprováveis das mentes presentes ou as remanescentes que a deixaram, como exemplificado inicialmente nessa reflexão. Esse é um fato que requer tempo para higienização, espiritualização e evolução da “ecosfera terrena”. A evolução humana teve início há aproximadamente 6 a 7 milhões de anos, quando os primeiros ancestrais humanos começaram a se distinguir dos outros primatas. Contudo, mesmo com o progresso para além de um mundo primitivo, a Terra ainda enfrenta desafios no processo de expiações e provas, e muito ainda precisa ser higienizado após o início da civilização.

O processo de evolução tem sido contínuo desde então, com várias espécies humanas surgindo e desaparecendo ao longo do tempo. A Terra ascendeu de um estado primitivo, mas sua essência continuou a influenciar a psicosfera, interagindo com outras civilizações de diferentes mundos que contribuíram para nosso desenvolvimento por meio da miscigenação, visando melhorias morais e espirituais. Muitas vezes, essas melhorias ocorreram através das provas da dor e dos desafios do sofrimento na jornada da civilização humana. Somente o Homo sapiens, que somos nós, surgiu há cerca de 300.000 anos, e desde então temos evoluído continuamente.

No entanto, é importante ressaltar que essas melhorias têm limites, como evidencia o processo de migração espiritual amplamente reconhecido pelos espiritualistas.

E aqui estamos nós, agraciados com o dom da mediunidade, para que possamos contribuir com a humanidade em busca de nossa redenção e aprimoramento neste planeta ou em outros ainda melhores. No entanto, mesmo possuindo essa graça divina, muitas vezes subestimamos os riscos das quedas e negligenciamos os conceitos e fatos aqui mencionados.

Retomando a discussão sobre os riscos e o alerta acerca dos equívocos, fracassos e quedas dos médiuns, assim como dos grupos que se corrompem, é preciso atentar para diversos fatores. Desde as ordens estranhas que surgem, até os conselhos que se formam e conseguem semear a dúvida, podendo alterar os alicerces que os criaram. Movimentos se desenvolvem lentamente como bolhas dentro de bolhas nas instituições, muitas vezes devido ao despreparo de seus dirigentes, ocasionando mudanças intrínsecas à sua missão e fragilidades no alicerce institucional, levando à sua quebra.

Para os “médiuns” de qualquer casa iniciante ou os mais atigos trabalhadores, lembremos que se as idéias chegam à mente do Médium, desacompanhadas das sensações, cuidado! O animismo pode estar em doses prejudiciais ao desempenho…

Desse modo, os elos que os mantêm unidos se dispersam, despedaçados, multiplicando as dívidas e comprometendo aqueles que devem assumir a falência da missão…

Resgatemos um dos princípios fundamentais para aqueles que estão cegos e consideram tudo como verdades imperecíveis, diante de novidades ou alterações radicais das diretrizes organizacionais que os disciplinam dentro dos centros espíritas de qualquer natureza, conforme Rivail (Kardec) na Revista Espírita de abril de 1869: “As comunicações dos Espíritos são opiniões pessoais que não devem ser aceitas cegamente. O homem não deve, em nenhuma circunstância, desprezar seu próprio julgamento e seu livre-arbítrio. Seria dar prova de ignorância e leviandade aceitar como verdades absolutas tudo quanto vem dos Espíritos; eles dizem o que sabem”.

Eu aprendi com os meus instrutores de trabalho e colegas de caminhada no início dos anos de 1990, através de uma velha apostila em nossa Escola de Aprendizes da Mediunidade Edgard Armond, apostila geral do curso mediúnico – Escolas A&B (GEID/EAMEA) feito pelo saudoso fundador Horácio Ramasine (HR), na Ilha do Governador, o seguinte:

– “O Médium sem estudo é Médium vazio, insipiente. Nenhum Guia ou Mentor, conseguirá: “tirar” de um Médium o que ele não possui ou não desenvolveu. O mito do chamado Médium de Nascença ou Médium de Berço, atualmente, é alvo de chacota. Especialmente aos chamados “Antigões” ou medalhões mediúnicos” (…) É o mínimo que podemos fazer pelos nossos Maiores! “PRIMEIRO AMAI-VOS, DEPOIS INSTRUÍ-VOS!” 

Prezado leitor, estamos quase concluindo nossos conceitos, eis a semente que todos nós somos: médiuns sensíveis ao ambiente, mas também sensíveis às nossas afinidades espirituais, frequentemente tentando ocultá-las de nós mesmos e dos outros. Devemos aprender com nossas falhas, erros e tropeços, pois são eles que nos moldam e nos aprimoram, servindo como exemplos.

No entanto, é importante reconhecer que não podemos ocultar em nosso íntimo quaisquer intenções malévolas ou manipulações, mesmo que inconscientes, guiadas por aqueles que tentam ofuscar as “missões dos espíritos” e as “tarefas dos médiuns” de boa vontade.

Cada casa, se os próprios dirigentes estão conscientes dos riscos, possui sua proteção espiritual que nos revela ou revelará!

No contexto fornecido, “livros” deve concordar em gênero com “lista”, que é feminino. Além disso, sugiro algumas pequenas alterações para maior clareza e fluidez. Aqui está a frase revisada:

E quanto às obras que devemos estudar? Creio não haver uma fórmula única, porém, a ação medicamentosa deve favorecer diretamente nossa moral e dosar a mecânica na mediunidade. Decerto, devemos respeitar as diretrizes fundamentais de estudo de cada Escola Mediúnica à qual os médiuns pertencem. Aqui deixo uma simples lista da mesma apostila particular mencionada anteriormente, livros que deveriam ser lidos, estudados e experimentados na ordem que desejarem, mas que sejam lidos!

  1. O Livro Dos Médiuns – A.Kardec;
  2. Mediunismo – Ramatís;
  3. Mediunidade – Edgard Armond;
  4. Técnica de Mediunidade – Carlos Torres Pastorino;
  5. Desenvolvimento Mediúnico – Roque Jacintho;
  6. Passes & Passistas – Roque Jacintho;
  7. Diálogo com As Sombras – Hermínio C Miranda;
  8. Obsessão & Desobsessão – Saueli Caldas Shubert;
  9. Mediunidade de Cura – Ramatís;
  10. Elucidações do Além – Ramatís;
  11. Passes & Curas Espirituais – Wenefledo De Toledo;
  12. Estudando a Mediunidade – Martins Peralva; e
  13. Os Mensageiros – André Luiz

Por fim, clamamos para que germinemos a semente da humildade em nossas tarefas redentoras, por mérito e esforço diante das nossas próprias dores e desafios, a qualquer tempo, para conquistarmos o direito de florescermos como perfumes nas terras mais férteis e regeneradas…

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Marcus Cesar Ferreira — MCF, uma simples semente, constantemente em processo de reconstrução…

1 comentário em “EQUÍVOCOS, FRACASSOS E QUEDAS DOS MÉDIUNS: OS MÉDIUNS SÃO SENSÍVEIS COMO AS SEMENTES!”

  1. Nilton S. Oliveira

    Valiosas lições e recordações extremamente necessárias. Gostei da analogia com a semente. Vencer as resistências internas que nos acomodam e romper o externo pra alcançar a Luz é uma verdadeira Odisséia na trajetória do Espírito.

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