SENSIBILIZADE TRAIÇOEIRA

~OOO~ SÉRIE PÉROLAS NO CARNAVAL ~OOO~
PARTE II de VI: Sensibilidade traiçoeira.
“Diante do sofrimento humano ou nas formas de vida, aprendi que as mãos que oferecem auxílio são mais sagradas do que os lábios que apenas rezam”. — MCF
 
Pergunta: — Carnaval não seria o momento para reprovar os médiuns, espíritas ou espiritualistas, principalmente os foliões (a família cristã)? E também falar mais dos espíritos ou ter mais experiências morais do astral, para nós? Toda religião séria reprova este comportamento de libertinagem, até mesmo dos senhores, não?
 
MCF: — NÃO! Os próprios espíritos se desgastam, é um trabalhão a cada ano, principalmente para lidar com pessoas com este pensamento — sempre endurecidas, proibindo tudo e a todos!
Cada pessoa tem seu nível de excessos, é neste excesso que te faz cair pelo simples fato de endurecer os sentimentos. Acreditar no modelo de normalidade ou até mesmo espiritual não representa o que as pessoas realmente são.
Porque todos podem revelar as máscaras diante de suas frustrações, nos desejos e/ou fantasias, nas perdas ou revoltas. E muito se revela nas represas sexuais ou morais, porque explode de dentro para fora o que mais se tenta represar e não consegue equilibrar.
Não existe nada de reprovação da minha parte. Qual direito eu teria para moralizar o outro? Qual direito outras pessoas teriam para culpar os supostos “assédios externos”, de suas próprias fraquezas? Somos nós mesmos os causadores dos maiores danos, e sofremos mais por isso, e no sofrimento —, adoecemos.
Classificar ou formatar modelos de como deveria ser a cultura ou sociedade do que seria o certo nos torna imaturos como cidadãos em um país democrático e republicano.
O indivíduo em frustração, muitas vezes sem perceber, mede os outros com sua régua ou com seu modelo comportamental ideal.
Qual é a régua do outro, que pode definir nossa melhor medida? Ninguém pode medir isso sem passar pelos mesmos esforços e conquistas hercúleas de cada um? Tudo o que assistimos e presenciamos nestas datas ou em outras de forma censurável são ideologias doentias.
Chamamos de: AUTOREVELAÇÃO. E quantas autorrevelações corruptíveis, moralmente desonestas (piores) passam diante de nós, e nada fazemos? Muitos se prostituem na alma e não no corpo que um dia perecerá!
Somos o que somos!
Quem acusa (qualquer coisa) está incomodado —, e no incômodo, tenta se esquivar do que sente em seu mundo íntimo. São sensações que os arrastam colossalmente para o confronto, com os próprios desajustes interiores.
Ratifico. Apenas revela o que esconde de si. E não satisfeitos, se sentem no direito de externar todas as bobagens nas defesas e narrativas desonestas. Tentam minimizar as próprias dores e desejos represados doentiamente nas convenções institucionais, doutrinárias ou religiosas.
Juntem estes dramas com a ausência da própria espiritualidade. Porque a religiosidade, religião, ciência ou simpatias nos movimentos filosóficos todos podem participar, desacreditar ou recusar.
Espiritualidade não depende de modelos!
Se conquista de alma para própria alma e por uma relação de amor e respeito consigo. É um reencontro e não uma busca…
A verdade nua e crua precisa ser dita: O Carnaval é a pior época para qualquer trabalho ou experiência espiritual. Pode ser, somente pelo Carnaval? Não! Muito pelo contrário. É pior na pessoa que projeta e maximiza suas aflições e descontroles no ambiente favorável para as piores experiências, assim como é pior um ébrio no carro em alta velocidade… a culpa é do freio do carro e de todas as tendências para um sinistro?
Sem o conhecimento nos tornamos manipuláveis para tudo.
Bem pior será para os sensitivos nos excessos (quase sempre represados), porque “não conversam com seus próprios fantasmas” (sem represas e infidelidades). Pegaram o espírito da coisa?
Leitores, seja feliz com aquilo que te faz bem, e isso independe do que façam.
Atenção, serei prolixo de propósito:
  1. O problema é o que passa da medida, dos padrões de normalidade, do que é ilegal; o exagero e o que te corrompe em determinados ambientes particulares ou coletivos;
  2. O problema é como e de que maneira você se permite depreciar, se corromper e atingir a vida dos outros.
  3. O problema é como você se permite sentir as coisas ao seu redor ou do que deseja experimentar e se permitir nas diversas dependências e vícios que os algemam na infelicidade e doenças, sem conseguir se libertar;
  4. O problema e de como você deseja se doar cegamente para as sensações desorientadamente —, destrambelhada;
  5. O problema são as escolhas do que deseja participar, enfrentando os limites, desafiando os freios do bom senso e do caráter; e
  6. O problema são os ambientes que excitam a alma represada de dúvidas, censuras e proibições que os fazem romper as represas, geralmente construídas na vida!
Tudo é você —, com você, para você…
O cenário é convidativo para a coletividade e também traiçoeiro.
Instiga autorrevelação do ser (nos dois lados da vida).
Finalmente, o ambiente é menos culpado, apenas excita e desperta os excessos deletérios e amargos presentes no coração!
Marcus Cesar FerreiraMCF

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