– Por Huberto Rohden – enviado por Wagner Borges – www.ippb.org.br
Não sou mestre de ninguém.
Ninguém é discípulo meu.
Sou como a flecha na encruzilhada,
Cuja missão é apontar o caminho certo,
E depois ser abandonada…
Se o viandante não ultrapassar a seta,
Não cumpre o desejo da mesma.
Ai de mim se eu não for abandonado!
Se o viandante parar diante de mim,
Contemplando a minha forma e cores.
Se, em vez de demandar a invisível longinquidade,
Se enamorar da minha visível propinquidade,
E não compreender a minha mensagem,
Que aponta para além de mim,
Rumo ao Infinito.
Ai de mim, se eu for espelho,
Perante o qual os homens parem…
Para se contemplarem a si mesmos,
Em mortífero narcisismo!
Feliz de mim, se eu for janela aberta,
Que permita visão de horizontes longínquos,
Passagem franca para o Infinito!
Não sou mestre de ninguém,
Ninguém é discípulo meu!
Indico a todos, o Mestre invisível,
Que habita na alma de cada um,
E para além de todos os mundos.
Sinto-me feliz, quando o viajor,
Orientado pela legenda da minha seta,
Abandona-me e vai em demanda
Da indigitada meta,
Em espontânea liberdade,
Rumo à longínqua felicidade…
(Texto extraído do livro “A Voz do Silêncio” – do genial filósofo brasileiro Huberto Rohden – Editora Martin Claret.)
– Nota:
Ver a coluna dedicada a Huberto Rohden no site do IPPB, nesse link: http://www.ippb.org.br/textos/textos-de-huberto-rohden