PERGUNTA:- Rezam as tradições antigas africanistas que é possível realizar todos os desejos humanos aos seguidores das religiões dos “orixás”; assim, as ligações com os “deuses” ficam mais fortes, mesmo que a felicidade implique infortúnio de outro. Quais vossas elucidações sobre isso?
RAMATÍS: – Há de se ter uma reverência respeitosa com as tradições que preconizam uma relação de confiança entre o fiel e as entidades espirituais que o assistirão, lealdade esta que não se relaciona com os homens da Terra. Contudo, observai que os códigos mágicos dos cultos ancestrais se perderam no processo de inserção social e urbana do negro em solo pátrio brasileiro.
As referências tribais e dos antigos clãs, na atualidade, servem de argumento em nome da preservação das tradições, mas escondem a verdadeira intenção dos sacerdotes que é de se locupletarem no poder absoluto, mantendo seus seguidores na mais completa dominação e dependência psicológica dos sacrifícios iniciáticos e oferendas votivas que tudo resolvem.
Essa distorção se intensifica com a demanda da sociedade, que acorre aos terreiros pagando pelas benesses rápidas, as quais dispensam quaisquer esforços dos cidadãos.
Com esses procedimentos que “liberam” as paixões humanas acobertadas por práticas mágicas populares, sustentadas financeiramente pelas classes sociais de maior poder econômico, num intercâmbio egoísta e vicioso com o plano astral inferior, que infelizmente ainda prepondera em vosso país, estão as comunidades que contribuem para o atraso espiritual coletivo. Cada vez mais a umbanda se mostra como alternativa de equilíbrio diante das leis universais que regem os movimentos ascensionais, uma vez que do plano astral superior defronta esses cultos distorcidos, espargindo a Divina Luz, trazendo noções de caridade, livre-arbítrio, merecimento e evangelização com os ensinamentos de Jesus.
RAMATÍS – A MISSÃO DA UMBANDA