A IDADE MÉDIA E O AMOR ROMÂNTICO

A idade média é um show!
O mundo era mágico e misterioso. Diferente. Para ser lido, sentido. Não vivido.
As paixões eram intensas, arrebatadoras. . . A mulher. . . um ser divino. Colocada junto ao homem tanto para ser: Amor de perdição, como amor de salvação.
A mitologia, não era mitologia. Era verdade!
O conhecimento, para poucos, muito poucos.
Uma das maiores autoridades mundiais em Idade Média, o prof. Robert Bartlett da Universidade de St Andrew, investiga o cenário intelectual do mundo medieval. Série em 4 episódios, quais sejam: Conhecimento, Sexo, Crença e Poder.
No primeiro episódio, Conhecimento, é explorada a forma através da qual o homem medieval compreendia o mundo – um lugar misterioso, até encantado.
O mundo era um livro escrito por Deus.
Mas à medida que a Idade Média chegava ao fim, ele se tornava um lugar para ser dominado e explorado.
Já no segundo, Sexo, Bartlett revela provas extraordinárias da complexa paixão do homem medieval.
A Igreja pregava o ódio por tudo que era carnal, promovia o culto à virgindade e condenava a mulher como a pecaminosa herdeira de Eva.
Contudo, esse foi o período no qual surgiu a ideia do amor romântico.
Nossos antepassados acreditavam que dividíamos o mundo com os mortos e que anjos e demônios lutavam pelo controle das almas humanas. À medida que o poder da Igreja sobre nossas crenças aumentou, homens e mulheres foram levados a tribunais eclesiásticos e muitos foram mortos em nome de Deus.
Uma pequena Nota sobre este 3º episódio: Santa Wilgefortis (Vilgeforte) ou Uncumber (como também conhecida na Inglaterra, significando fugidia, aquela que quer ser “desobrigada” do marido, libertada), a santa barbada. Reza a lenda que no século II da nossa era, um rei lusitano prometera sua filha (“bela como uma flor da primavera”) em casamento ao rei da Sicília. A princesa não aceitou o casamento, porque queria ficar solteira, casta e virgem – diz o velho Martirológio Romano; porque não queria se render aos ditames masculinos ou por ser lésbica – conforme os “teólogos” ingleses.
Mesmo não querendo atender à vontade paterna, Vilgeforte submete-se, mas, antes, apega-se ao Senhor a quem pede que a torne feia. Dito e feito. Na véspera do casamento, Vilgeforte rezou intensamente suplicando a Deus que a transfigurasse e tornasse fisicamente repugnante. O pedido foi atendido. Vilgeforte acordou naquela manhã com barba e bigode e o rei da Sicília desprezou-a. O pai, desgostoso e zangado por saber que tal mudança se devia ao amor a Cristo, mandou-a crucificar para que, como alegou, ficasse mais parecida com o Salvador. Para boa parte dos historiadores, ela nunca existiu, sua lenda foi construída a partir da junção de várias histórias folclóricas locais, até mesmo porque se desconhece alguma princesa portuguesa com tal nome.

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