A MÚSICA NO ALÉM

 

PAPEL DA MÚSICA

A música é um prolongamento vivo da alma, mensagem afetiva em qualquer região cósmica. É um cântico divino que o Criador inspira à alma para acelerar a sua ventura eterna. O papal importantíssimo da música sobre as nossas almas é o de “destamaterializar” a nossa personalidade inferior, para eclodirem em nós os sentimentos definitivos do anjo criador.

A MÚSICA NO ASTRAL SUPERIOR

A mesma música que executais aí na Terra, nós aqui podemos interpretar sob melhor instrumentação, mais rica de qualidade, porque o mundo astral é o limiar do mundo mental, que é a fonte original de onde nasce toda a ideia sinfônica.
Não esqueçais de que, aqui, nós lidamos com a origem das coisas que formam o vosso mundo, tão opaco de luz e tão longe da leveza astral. Os mais belos objetos, enfeites, edifícios e criaturas terrestres que selecionásseis para compor a mais formosa paisagem terrestre ainda não conseguiriam vos dar uma pálida ideia do mais singelo recanto da metrópole onde resido, com a “luz interior” que impregna todas as coisas da metrópole do Grande Coração.

Tudo nela é plasmado na substância astral quintessenciada, que a torna um mundo de fadas, ainda impossível de caber na vossa imaginação. O mesmo fenômeno ocorre com a música, quando a mesma composição executada na Terra recebe aqui um banho de luz e encanto divinos.

A grande superioridade de execução, em nossa metrópole, transfigura e aformoseia de modo indescritível a mesma composição musical que aí ouvis. Isso por causa do instrumental medíocre fabricado com material terrestre, muito compacto e letárgico em suas vibrações, e uma técnica que reduz a capacidade de execução por parte dos músicos encarnados. Então se fragmenta grande parte da beleza original da música.

Quando, por exemplo, ouvimos aqui a Pastoral de Beethoven, com instrumentos construídos com a delicadíssima substância astral, ela se transfigura, a ponto de se identificar a emoção sidérea do próprio anjo que inspirou Beethoven.

SOLISTAS DO ASTRAL

Em quase todos os lares daqui (Metrópole do Grande Coração) existe um instrumento predileto do seu morador, e adequado aos solos preferidos pelo seu tipo de alma. A cítara, o cravo, o órgão, a harpa, o piano, o violino, o violoncelo ou a flauta encontram aqui exímios executores, delicados prolongamentos vivos de suas almas.

Mas ainda existem outros instrumentos de maior capacidade, alguns semelhantes aos acordeões, outros como combinação de órgão e piano movidos por energia astral. Os moradores também organizam duetos, tercetos e quartetos que superam as vossas suntuosas orquestras sinfônicas porque, além da sonoridade, as melodias são impregnadas de tal emoção espiritual que se assemelham a divinos cânticos angélicos.

Não posso descrever-vos a natureza, a portentosidade e o fascínio das massas corais e das orquestras sinfônicas dos planos felizes do astral superior; é acontecimento que o vocabulário humano é impotente para configurar.

ATANAGILDO/RAMATÍS
“A Sobrevivência do Espírito”

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