A SINCRONICIDADE DA MORTE DO ATOR DOMINGOS MONTAGNER

por Lázaro Freire – Textão-alerta espiritualista importante, favor compartilhar
 
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*SINCRONICIDADES E AMOR-FATI: Um outro olhar sobre a “tragédia” (*) de Domingos Montagner*
 
Há fatalidades, e todos têm a sua hora. Coincidências existem também. Quem pode dizer quais são todos os desígnios – e métodos – dos deuses?
 
Mas como espiritualista, bruxo e sacerdote cabe relembrar que a morte não é o fim, e que a novela explorava mitos, lendas e egrégoras REAIS, milenares e xamânicas ligadas à força do Rio. Inclusive às Iaras, às barcas dos mortos, aos xamãs e a tantas outras coisas que os ditos “crédulos” e “antigos” JURAVAM já ter visto por ali ao longo dos séculos.
 
Cada um é cada um, e todo trabalho é digno. Paz e serenidade aos que partem e aos que ficam. Muitas bênçãos à família e a todos que amam esse grande ator. Que cada um tenha conforto em seu Deus, com respeito recíproco.
 
Mas, pelo sim pelo não, toda vez que entro numa pedreira, cachoeira, mar, rio, mergulho em corais, caverna, corredeira, ou me hospedo na mata atlântica em volta das praias dominadas por paulistanos, eu tento me lembrar de dar um “oizinho” para a turma que toma conta do lugar a milênios.
 
Eu mesmo já presenciei coisas muito “cabulosas” na Ilha do Cardoso, por exemplo. Barcos de almas inclusive, em meio à tempestade. E não vi só – cerca de 10 pessoas comigo saíram quase todas correndo ao vê-lo se aproximando cada vez mais na tempestade (né, Luis Levy & Olavo Borges?). Por longos momentos, para quando próximo o navio desaparecer.
 
“Alucinação” coletiva, talvez. Quem pode dizer? Mas não era um momento qualquer. Não havia mais ninguém no píer em meio à chuva. E era um grupo espiritualista, com práticas frequentes (se bem que passei a desconfiar da “crença” de alguns amigos “espiritualistas” que saíram correndo ao ver “fantasmas”, hehehe – cuidado com o que chamam, vai que o paralelo aceita o convite?).
Outro exemplo, até mais forte: Quando mergulho, harmonizo a respiração com o cilindro e contemplo a força dos milênios na forma de metros e metros de cardumes de peixes em cima de mim nos corais. Nesse momento, sinto uma voz, um chamado no silêncio, me convidando a ficar ali para sempre, além do tempo.
 
Uma convocação honrosa para eu somar à força e egrégora protetora do lugar. Um profundo silêncio e paz. Tenho ciência que minhas práticas e ritos – no local, inclusive; a imagem e reverência a Yemanjá em minha clínica, além de diversos outros caminhos espirituais, maçônicos, meditativos e internos reforçam esse chamado. E algo em mim sabe que isso seria possível, e não haveria dor, pois ao adentrar esse chamado todas as outras dores e lágrimas do tempo ficariam para trás. ( Como no pequeno conto “A Escrita dos Deuses”, de Borges, leiam! LEIAM!!! )
 
A gente chegou “outro dia” (séculos são nada diante de Gaia) e agimos como se já fossemos donos eternos do lugar.
Mas sou bruxo, projetor astral, sei entrar e sair dos lugares – e ainda que diante do canto irresistível das sereias eu consigo me lembrar que tenho uma filha de 2 anos, uma esposa dedicada e meus pais idosos de um filho único precisando muito de minha presença no tempo-espaço deste nosso momento histórico-dimensional que pensamos ser “a” realidade (ignorando as provas, sonhos, milagres e sincronicidades que o inconscientes nos dá todos os dias).
 
Me lembro de Vivekananda, que no século XIX disse a seu mestre que seu objetivo espiritual era se dissolver no mar do samadhi, fundir-se à Grande Mãe, entrar em êxtase divino, libertar-se das rodas das encarnações… ao que o sábio Ramakrishna lhe respondeu: “você não acha que é um objetivo muito egoísta enquanto há tantos aqui na Terra ainda precisando de nós?”
 
Um bom ator – além da sua arte rara – ainda chama a atenção de muitos para muitas coisas, é um trabalho lícito e importantíssimo. Ficando ou partindo. E todos temos a hora de partir, embora raros de nós o façamos em momento de glória e reconhecimento, como ele teve a felicidade (no sentido maior, além das dores daqui) de partir, com preces de milhões.
 
Quero crer que a “morte” do ator tenha sido uma infeliz coincidência. Mas ainda assim podemos aprender com ela, e bastante, sobre tudo que move a vida além do visível.
 
A criança madura que me habita também se satisfaz e sorri com a “fantasia psicótica minha” das Yaras recebendo o “moço bonito” que de algum modo se integrou a partir de seu trabalho, realizando sua missão pré-acordada de chamar a atenção para os mistérios do rio, da vida e da morte. Das musas e deusas patronas-inspiradoras das artes agora sorrindo a cada vez que ouvem a expressão de que “a vida imita a arte”, ou que alguém agora revê a obra “Velho Chico” com outros olhos. Quem será mesmo que a escreveu, e quem a inspirou?
 
Algo em mim prefere imaginar uma festa hoje no mundo paralelo junto ao Velho Chico. Algo em mim prefere pensar que tudo tem seu sentido, que tudo está em harmonia, e que somos muito mais do que podemos perceber. Algo em mim prefere se lembrar de Krishna no Baghavad Gita ensinando que nada mata o espírito, que a água não o molha, que o fogo não o queima, e que ninguém nasce nem ninguém morre, apenas entramos e saímos de corpos perecíveis. Ninguém morre! Ninguém morreu!!
 
Boa viagem… para quem fica.
E bom retorno, para quem se foi.
Blessed be!
Lázaro Freire ∴
 
Psicanalista e Filósofo
Palestrante Espiritualista e Maçom
(Pré) Sacerdote Hades da Tradição Telucama de Bruxaria Tradicional
Professor do portal Lumeo de cursos e vídeos espiritualistas
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(*) “TRAGÉDIA” no sentido grego, sábio, de “amor fati” nietzschiano, sem desmerecer a dor real da saudade dos que ficam, nem desrespeitar as crenças diferentes que cada um de nós tem no Grande Arquiteto desse nosso universo.
 
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Índios que gravaram com Domingos Montagner prestam homenagem

A morte do intérprete de Santo na vida real comoveu os indígenas que gravaram com ele na ficção: “Virou um protetor do Rio São Francisco”

As homenagens a Domingos Montagner no Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo, na manhã desta sexta-feira (16) veio de várias formas. Uma das mais tocantes foi um texto escrito pelos índios da tribo Kaftéia, que gravaram com o ator o processo de ressurreição do personagem Santo na novela Velho Chico.

“Ele agora é um protetor”

Durante esse ritual, um senhor disse: “Porque estão querendo trazer a alma dele de volta? Ele nasceu de novo hoje. Ele se tornou um novo protetor do Rio São Francisco, que estava tão esquecido. Porque esse rio não pode morrer. A novela contou todos os mistérios do rio, e esse, foi mais um deles. Mas ele se tornou um ser de luz, pois a água não tira a vida, a água dá a vida. Fiquem felizes pela alma dele, pois quando ele entrou no rio, ele se despediu do corpo e alma. Nasceu em um mundo melhor. Algum dia, os brancos irão entender isso. Então temos que fazer um ritual para que os brancos entendam e sejam fortes, pois ele está bem. Ele agora é um protetor do Rio São Francisco”, encerrou, deixando os convidados do programa emocionados.


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