A Terra está semeada de religiões e instituições espiritualistas de todos os matizes devocionais e educativos; no entanto, foram frenadas as paixões humanas? Desapareceram o roubo, o crime, o latrocínio, a vingança, a prostituição, a corrupção, o alcoolismo, o vício do fumo e dos entorpecentes, os macabros açougues e matadouros sangrentos? Sumiram-se a inveja, avareza, crueldade, luxúria, o orgulho, ciúme e o ódio, combatidos sob os incessantes anátemas e exortações dos sacerdotes de todos os credos, pastores, rabis, banzos, mestres, mentores e profetas? Os homens deixaram de matar os pássaros, admiráveis enfeites da natureza, amparam os filhos das mães solteiras ou eliminaram os massacres fratricidas das guerras imbecis? Qualquer estatística sob a mais honesta perquirição demonstra que morreu mais gente vítima de conflitos e ódios religiosos do que o número de cristãos salvos do pecado!…
Isso comprova que as religiões pouco influem nos homens, porque elas são apenas o reflexo da idiossincrasia de todos os seus adeptos e filiados, simpatizantes e líderes! Jamais poderão dar alguma coisa além do que os homens já possuem sublimado na sua própria alma!
Talvez, em certos casos, elas contemporizam vícios, paixões, revoltas e pecados humanos; mas isso tudo eclode e estoura ante o primeiro descuido ou descontrole da criatura! Quando os homens forem vitoriosos do acervo ancestral de sua animalidade e compreenderem-se a si mesmos, eles também poderão dispensar qualquer fórmula religiosa do mundo profano, passando a viver com a, mesma naturalidade com que o beija-flor nutre-se das flores, sem necessitar de compêndios ou manuais para distinguir o melhor!
Deus não pede adoração, porém, ação; não nos obriga a caminhadas exclusivas no sentido da virtude, mas nos deu a bússola, do sentimento religioso, que nos assegura o Norte
Angélico da Ventura Eterna!
Livro: A Vida Humana e o Espírito Imortal- Ramatis/Psicografado por Hercilio Maes