CANÇÃO DA ESTRELA PRÂNICA

Por Wagner Borges <www.ippb.org.br>

A Luz da Estrela Prânica* brilhou…
E o Amor imperecível derreteu-me no fogo do Supremo.
O sol e a lua giravam no céu do meu coração…
Enquanto o universo se tornava canção.
A canção era D’Ele.

Escutando-a, soltei-me na Luz…
Deslizei na esteira da consciência cósmica…
Lado a lado com os devas**, que cantavam a glória D’Ele.

O corpo, moído de viver, ficou me esperando lá na Terra.
Enquanto ele descansava, em espírito eu tocava o Akasha*** e ria…
Além das bordas do tecido vivo do universo, eu voava feliz.
Eu sabia que corpo e espírito, universo e riso, e tudo mais era D’Ele.

Nas ondas da consciência cósmica eu viajei pelo mistério D’Ele.
Naquela serenidade lúcida, eu respirava Luz pura.
Dissolvi-me na canção do Amor Que Ama Sem Nome!
Tornei-me Luz branca brilhante…
Na contínua corrente do Todo**, tornei-me canção D’Ele.

O Fogo do Supremo transformou o meu vil metal em ouro.
O velho eu, enferrujado, curvou-se, diante da magnitude D’Ele.
O pensamento silenciou e o coração fremiu no ouro renovado.
Na iniciação estelar, Ele é o Grande Hierofante de todos.
Neófito e discípulo, mestre e guardião, templo e vida, tudo é D’Ele.

Nas pistas siderais, a dança do despertar aconteceu, mais uma vez.
O Grande Dançarino me arrebatou em seus passos eternos.
Eu não era mais meu, era D’Ele, e tudo mais era Ele!
Tudo é Ele! Tudo é Ele! Tudo é Ele!

P.S.:
Diante da canção cósmica, o que mais eu poderia dizer?
O pensamento se foi na Luz branca… e o velho eu capitulou, finalmente.
E o coração fremiu, pois, na senda do eterno, é só o Amor que se expressa.
O iniciado é eterno aprendiz do Todo e seu templo é o universo.
Ele sabe que, quando o Espírito fala ao Espírito, não há mais nada a dizer.

(Esses escritos são dedicados aos sábios Lao-Tzé, Paramahamsa Yogananda e Francisco de Assis e também à Mãe Sarada Devi.)

Paz e Luz.

– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma, gotinha espiritual no oceano cósmico do Todo…

– Notas:
* Estrela Prânica – do sânscrito, prana – a força vital; a energia – no contexto iogue é a estrela espiritual, manifestação do plano divino.
Para melhor compreensão dos leitores, ver o vídeo que fiz explicando o que é uma estrela prânica, neste link:

** Devas – do sânscrito – divindades; seres celestes; seres de luz.
* Akasha – do sânscrito – o éter universal; a energia cósmica primordial.
** O Todo – expressão hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
Quando se afirma que o Todo é o Grande Hierofante, é no sentido de que Ele é o Supremo iniciador de todos os seres, pois está em tudo!

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