PERGUNTA: – Que dizeis de certos consulentes que, abusando do tempo precioso dos médiuns, depois atiram fora a receita espírita que lhes foi doada?
RAMATÍS: – Realmente, certos consultantes depois de agraciados com o diagnóstico mediúnico ou favorecidos com a prescrição medicamentosa capaz de curá-los de grave enfermidade ou mesmo prorrogar-lhes a vida periclitante, põem “de molho” a receita espírita para só usarem-na em caso de falharem os recursos médicos que ainda pretendem
experimentar. Alguns deles agem assim porque temem o ridículo de serem curados pelos “mortos” e depois tachados de ingênuos ante os demais companheiros. Outros são desconfiados, curiosos ou negligentes; existem ainda aqueles que subestimam a receita dos espíritos, porque esperavam um diagnóstico espetacular ou medicação miraculosa. Em caso contrário, eles a deixam esquecida na gaveta de qualquer móvel para usarem-na se falharem todos os recursos da medicina acadêmica.
Quando se convencem de que estão realmente liquidados e a medicina do mundo se confessa impotente para curá-los, então se apegam à velha receita mediúnica ou consultam
novamente os espíritos como derradeira tábua de salvação. Infelizmente, já deixaram de aproveitar o ensejo da hora psicológica oportuna do tratamento espírita pois, enquanto seriam curados fisicamente, também se devotariam em tempo ao estudo e conhecimento dos postulados salvadores do Espiritismo. Mesmo a prescrição dos espíritos não pode exorbitar
das leis comuns da vida, nem produzir o milagre extemporâneo ou a cura espetacular, quando já está ultrapassado o prazo em que o remédio produziria seus efeitos benéficos. O enfermo
que já esgotou todas as suas reservas vitais e intoxicou o seu organismo com o excesso da medicação alopata não deve exigir da receita espírita o “milagre” capaz de restituir-lhe a saúde completamente abalada.
DO LIVRO: “MEDIUNIDADE DE CURA” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES – EDITORA DO CONHECIMENTO.