Gilberto Cabana
As relações afetivas de uma maneira geral, passam por profundas transformações revolucionando o conceito de amor.
Devemos cultivar o desejo de estar junto, mas não de depender do outro.
Em casais é comum um responsabilizar o parceiro(a) pelo seu bem estar, sem fazer uma autoanálise de seu comportamento. É fácil apontar erros o difícil é corrigir a nossa maneira de agir.
A ideia de que uma pessoa possa ser o remédio para a nossa felicidade, baseada no romantismo, está fadada a desaparecer. Nesses casos a mulher, normalmente, se adapta ao molde masculino se despersonalizando na busca da união ideal para ela.
A teoria dos postos diz que: ”o outro precisa fazer o que eu não sei e me dar o que eu não tenho”, seriam como metades complementares. Um calmo outro agitado, um manso outro agressivo. Teoria sem sustentação para uma vida a dois, não preserva os princípios básicos para uma convivência harmoniosa onde a individualidade de cada um deve ser respeitada.
A vida contemporânea está fazendo com que as pessoas se adaptem a uma nova forma de união afetiva. Estamos trocando o amor de necessidades pelo amor de desejo. Eu quero, eu desejo, porém eu não preciso dele para viver. A diferença é enorme entre me locupletar com outra pessoa ou apenas querer estar junto dela.
Estamos aprendendo a ficar só e entendendo que não somos parte e sim um todo. O companheiro(a) é apenas um parceiro de viagem.
As pessoas estão se bastando para si mesmas. O nosso Espírito evolui no tempo, transmigrando vida após vida, em um processo chamado de metempsicose, no seu rumo à evolução moral e intelectual.
Essa nova forma de amor visa a aproximação de dois inteiros e não de duas metades.
Quanto mais preparados estivermos para viver só, mais preparados estaremos para uma relação afetiva eficaz e prazerosa.
A solidão é boa para o desenvolvimento da nossa sensibilidade e não é vergonhoso estar só.
Somos Espíritos únicos e não complementares a ninguém. A dominação e as concessões conduzem o relacionamento à dependência um do outro.
Criamos em nossa mente a pessoa ideal, a nossa alma gêmea, um ser fabricado como num programa de computador, numa procura contínua em busca da felicidade. Quando na verdade devemos buscar um relacionamento saudável, composto por dois inteiros, objetivando uma companhia digna para todas a horas; na saúde, na doença, na alegria e na dor.
Não podemos depender de outra pessoa para sermos felizes. Ser feliz é um estado de espírito, o qual está atrelado ao nosso nível de entendimento de como a vida se desenvolve no Universo, alicerçada na harmonia e no amor.
Gilberto Cabana