Paulo Fala o crítico-literário de “O Semeador” (órgão oficial da Federação Espírita do Estado de São Paulo), com Edgard Armond, Secretário Geral dessa entidade. “O Semeador” de junho de 1956.
“A Vida no Planeta Marte — Ramatis — Psicografia de Hercílio Mães:
— Sobre este
livro, bem como sobre outras mensagens deste Espírito, ternos ouvido opiniões discordantes, e até mesmo reprovativas. Consideram-no alguns como narrações fantasiosas, não digna de crédito; julgam outros que Ramatis pode representar, de certa forma, uma ameaça à livre e acertada expansão da doutrina dos Espíritos, por desviamento das massas espíritas dos verdadeiros rumos apontados pela Codificação Kardeciana.
De nossa parte, não pensamos assim e julgamos que qualquer ensinamento novo do campo espiritual, venha de onde vier, deve ser bem acolhido sem “parti-prix” e, após o devido exame, incluído no rol daqueles que já possuímos, como integrantes da sólida e já vitoriosa estrutura codificada pelo insigne missionário Kardec.
Aliás, este é o ponto de vista expressado pelo próprio Codificador, quando disse que o Espiritismo, como doutrina evolucionista, encorporaria qualquer verdade nova que surgisse futuramente, após — é óbvio a necessária análise de caráter comprobativo e racional.
Mas como se podem pôr à prova verdades ou enuncia-ções que estejam acima de nossas possibilidades de verificacão, ou quando sejam coisas que só futuramente se venham a verificar? Todavia, é de observar que muitas das comunicações feitas por Ramatis vêm sendo confirmadas (não em detalhes) por vários mentores espirituais, que a todo instante nos alertam sobre a rápida aproximação de cataclismos, telúricos e sociais, portadores dos sofrimentos e transformações anunciados, desde muito, no próprio Evangelho.
Devemos, pois, nos abster de críticas precipitadas e puramente opinativas que os fatos podem, em breve, desautorizar e prestemos assim homenagem a esse notável Instrutor Espiritual, cujos ensinos demonstram conhecimentos fora do comum e cuja operosidade revela o escopo generoso de nos esclarecer fraternalmente.