Os agrupamentos e instituições religiosas, esotéricas, espiritualistas ou iniciáticas, já o dissemos, são apenas “reveladores” da química espiritual da alma humana, tal qual a fotografia só’ revela o que já existe iniciaticamente na chapa negativa.
Assim, o religioso sectarista ou fanaticamente ortodoxo é uma espécie de criança, que se deslumbra facilmente pelas cores berrantes, adornos, enfeites, imagens, ritos, posturas, ajuntamentos festivos, cânticos, clamores e orações coletivas no seu primarismo extrovertido.
Adora a Deus, mas O teme, pois receia investigar o mistério da própria vida e enfurecer o seu Criador!’ Esse crente precisa ser amparado incessantemente por pastores protestantes, sacerdotes católicos, bonzos budistas, líderes muçulmanos, rabis judeus ou chefes islamitas, a fim de que o ajudem a resolver os problemas da vida imortal. Na sua inabilidade e primarismo, teme irritar a Divindade ao dirigir-se a Ela em linguagem pessoal e direta, e só o faz pelos intermediários oficiais já consagrados por qualquer organização religiosa. Lembram os micróbios de uma célula do fígado humano, que em face de sua pequenez temeriam de perguntar sobre a realidade .da criatura em que vivem! A religião organizada então significa para tais crentes a proteção necessária para viverem, tal qual a criança ainda se aninha sob a saia amiga da mãe!
Mas o espírito adulto e esclarecido compreende a inutilidade de ritos, emblemas, dogmas, fórmulas, tradições, ladainhas, adorações ou “momentos religiosos” vividos expressamente no seio dos templos de pedras! Evita de escravizar-se especificamente a qualquer doutrina ou religião, pois não abdica do seu modo livre de pensar! Investiga, corajosa e decididamente, os próprios postulados e regras admitidas do movimento religioso ou espiritualista a que se simpatiza, a fim de verificar até onde eles suportam a sua própria tensão espiritual interior! No entanto, não criticam nem censuram os demais empreendimentos religiosos alheios, pois sabem que todos os homens são portadores do mesmo sentimento divino, e cada um tem o direito de manifestá-lo conforme puder e convier!
Livro: A Vida Humana e o Espírito Imortal- Ramatis/Psicografado por Hercilio Maes