HO’OPONOPONO: BEBENDO DA FONTE DOS KAHUNAS DA POLINÉSIA

Como discípulo de Ramatis, procuro seguir suas orientações o mais próximo possível daquilo que o querido mestre sugere. Um de seus ensinamentos, diz que todo e qualquer conhecimento deve ser bebido “diretamente da fonte”. Ou seja, o máximo possível de seu autor original, pois na medida em que determinado ensinamento é transmitido, invariavelmente sofrerá alguma interferência pelo caminho, a começar pela interpretação de cada interlocutor. Logo, pode ser que muitos dos ensinamentos mais antigos tenham se afastado de sua originalidade. Aliás, é o mais provável.

Isto posto, trago neste artigo, um assunto que precisei estudar mais a fundo, seguindo aquele precioso conselho de Ramatis, e que foi inserido, em parte, na série Os Doze Guardiões Celestiais. Trata-se do Ho’Oponopono, modernizado por Morrnah Simeona. Aqui vai um pouco desta pesquisa.

Morrnah Simeona foi uma curandeira (kahuna) havaiana e uma importante praticante de Ho’oponopono, antigo método de resolução de conflitos e cura espiritual. Morrnah desenvolveu uma versão modernizada do Ho’oponopono, que é conhecida como “Ho’oponopono de Identidade Própria”. Seu trabalho tem sido reconhecido por suas contribuições para a prática e ensino dessa técnica de autocura.

Trata-se de uma abordagem moderna e melhor adaptada para os desafios contemporâneos.
A principal premissa do Ho’oponopono de Identidade Própria é a ideia de que somos responsáveis por tudo em nossa realidade, independentemente de sermos conscientes disso ou não. A prática envolve quatro frases-chave:

Sinto muito: Reconhecimento da responsabilidade pessoal pelos problemas e desafios, expressando arrependimento ou compaixão.

Me perdoe: Pedido de perdão a si mesmo e aos outros, reconhecendo a necessidade de cura e libertação de padrões negativos.

Eu te amo: Expressão de amor incondicional como uma forma de limpar e transformar as energias negativas.

Obrigado: Gratidão pela oportunidade de cura e transformação.

Essas frases são repetidas como um mantra, permitindo que a pessoa libere e purifique as energias negativas, promovendo a harmonia e o equilíbrio. O Ho’oponopono de Identidade Própria visa restaurar a ordem e a paz, reconhecendo a conexão entre nossa identidade pessoal e a experiência coletiva.

Agora veremos em detalhes, cada uma dessas frases-chave.

 

A aplicação da frase-chave “Sinto muito” no contexto do Ho’oponopono de Identidade Própria envolve o reconhecimento e a aceitação da responsabilidade pessoal pelos desafios e problemas presentes em nossa vida. Aqui estão alguns exemplos práticos de como incorporar essa expressão na prática:

  1. Conflitos interpessoais:
    • Exemplo: Se você está envolvido em um conflito com alguém, mesmo que sinta que a culpa não é totalmente sua, você pode dizer “Sinto muito” como um reconhecimento de que a situação está afetando ambos, e expressar compaixão pela experiência do outro.
  2. Desafios profissionais:
    • Exemplo: Se você enfrenta dificuldades no trabalho, pode dizer “Sinto muito” para reconhecer qualquer contribuição, mesmo que inconsciente, que você possa ter tido para a situação. Isso não significa aceitar toda a responsabilidade, mas sim demonstrar empatia e abertura para a resolução.
  3. Problemas de saúde:
    • Exemplo: Se você está lidando com problemas de saúde, pode dizer “Sinto muito” como uma maneira de reconhecer e aceitar a responsabilidade por hábitos de vida ou escolhas que podem ter contribuído para a situação. Isso não implica culpa, mas sim um reconhecimento sincero.
  4. Relacionamentos familiares:
    • Exemplo: Em situações familiares complicadas, você pode usar “Sinto muito” para expressar compaixão pelos sentimentos de outros membros da família, mesmo que as dinâmicas sejam complexas. Isso pode abrir espaço para a cura e a compreensão mútua.

Ao dizer “Sinto muito”, a intenção é liberar resistências, aceitar a responsabilidade pelo que está acontecendo e expressar empatia. Esta prática visa criar um espaço para a transformação positiva, promovendo uma abordagem mais harmoniosa e equilibrada diante dos desafios da vida.

 

A aplicação da frase-chave “Me perdoe” no contexto do Ho’oponopono de Identidade Própria envolve o reconhecimento da necessidade de perdão, tanto para si mesmo quanto para os outros. Aqui estão alguns exemplos práticos de como incorporar essa expressão na prática:

  1. Autoperdão:
    • Exemplo: Se você cometeu um erro no trabalho, pode dizer “Me perdoe” como uma forma de aceitar a responsabilidade, reconhecer a falha e permitir-se aprender e crescer a partir dessa experiência. Isso é especialmente útil para superar sentimentos de culpa ou autocondenação.
  2. Conflitos interpessoais:
    • Exemplo: Se você teve uma discussão com alguém, mesmo que acredite que a maior parte da culpa seja da outra pessoa, dizer “Me perdoe” demonstra humildade e abertura para a reconciliação. Isso não implica concordar com tudo, mas sim reconhecer a humanidade compartilhada.
  3. Relações familiares:
    • Exemplo: Em situações familiares onde podem existir ressentimentos ou mal-entendidos, dizer “Me perdoe” pode criar uma atmosfera de compreensão e aceitação mútua. Isso não significa esquecer as diferenças, mas sim buscar a cura e a harmonia.
  4. Autoaceitação:
    • Exemplo: Se você está lutando com questões de autoestima, pode dizer “Me perdoe” para reconhecer qualquer autocrítica ou autonegação. Isso cria um espaço para se libertar de padrões negativos e cultivar uma atitude mais positiva em relação a si mesmo.

Ao dizer “Me perdoe”, a intenção é liberar a carga emocional associada a situações passadas, permitindo o crescimento, a cura e a restauração das relações. Esta prática incentiva a aceitação do passado, promovendo um ambiente mais saudável para a transformação pessoal e interpessoal.

 

A aplicação da frase-chave “Eu te amo” no contexto do Ho’oponopono de Identidade Própria é uma expressão de amor incondicional, não apenas para os outros, mas também para si mesmo. Aqui estão alguns exemplos práticos de como incorporar essa expressão na prática:

  1. Relações interpessoais:
    • Exemplo: Mesmo em meio a um desentendimento com alguém, dizer “Eu te amo” é uma maneira de transcender as diferenças e expressar amor incondicional. Isso não implica concordar com a outra pessoa, mas reconhecer a humanidade compartilhada e a capacidade de compaixão.
  2. Autoaceitação:
    • Exemplo: Se você está passando por um período de autocrítica ou autojulgamento, dizer “Eu te amo” para si mesmo é um ato poderoso de autoaceitação. Isso ajuda a quebrar padrões negativos e promover um relacionamento mais saudável consigo mesmo.
  3. Situações desafiadoras:
    • Exemplo: Em meio a uma situação difícil, como uma doença ou perda, dizer “Eu te amo” pode ser um lembrete de que o amor é uma força curativa. Isso não significa ignorar a dificuldade, mas sim cultivar um ambiente emocional mais positivo.
  4. Relações familiares:
    • Exemplo: Em dinâmicas familiares complicadas, dizer “Eu te amo” pode ser um gesto poderoso para superar ressentimentos e promover a compreensão mútua. Isso cria um espaço para o perdão e a reconciliação.

Ao dizer “Eu te amo”, a intenção é criar uma energia positiva e amorosa, não apenas como uma expressão de afeto para os outros, mas também como uma ferramenta de autocura. Essa prática visa transformar as energias negativas em positivas, promovendo um ambiente de amor e compaixão.

 

A aplicação da frase-chave “Obrigado” no contexto do Ho’oponopono de Identidade Própria é uma expressão de gratidão que contribui para a cura e transformação. Aqui estão alguns exemplos práticos de como incorporar essa expressão na prática:

  1. Reconhecimento de aprendizado:
    • Exemplo: Ao enfrentar desafios no trabalho ou em relacionamentos, dizer “Obrigado” pode ser uma maneira de reconhecer que cada desafio traz consigo uma oportunidade de aprendizado. Isso cria uma mentalidade de gratidão mesmo nas situações difíceis.
  2. Expressão de gratidão por relacionamentos:
    • Exemplo: Em um relacionamento próximo, seja familiar, romântico ou de amizade, dizer “Obrigado” pode ser uma maneira de expressar apreço pelo apoio, amor e compreensão recebidos. Isso fortalece os vínculos emocionais.
  3. Agradecimento por momentos positivos:
    • Exemplo: Mesmo em momentos simples e cotidianos, como apreciar um pôr do sol ou desfrutar de uma refeição, dizer “Obrigado” pode ser uma prática para reconhecer a beleza da vida e cultivar uma atitude positiva.
  4. Gratidão por autocura:
    • Exemplo: Ao trabalhar em processos de autocura, dizer “Obrigado” pode ser uma expressão de gratidão pelo progresso alcançado. Isso fortalece a conexão consigo mesmo e incentiva a continuidade do processo de transformação.

Ao dizer “Obrigado”, a intenção é focar na gratidão como uma força transformadora. Essa prática não apenas reconhece as bênçãos presentes na vida, mas também contribui para a criação de um estado mental positivo, promovendo o equilíbrio emocional e a harmonia.

 

Além deste sistema moderno, me foi sugerido pesquisar o Ho’Oponopono “primitivo”, ou seja, aquele praticado pelos povos ancestrais da polinésia, sendo que se tratava de uma espécie de ritual comunitário, de pacificação de conflitos, bastante interessante. Senão vejamos:

 

O Ho’oponopono tradicional era conduzido por kahunas, que eram especialistas em cura e líderes espirituais na sociedade havaiana. Essa prática era utilizada para restaurar o equilíbrio e a harmonia nas relações familiares e comunitárias. Aqui estão alguns pontos-chave sobre o Ho’oponopono tradicional:

  1. Estrutura Comunitária:
    • O Ho’oponopono era realizado em grupo, reconhecendo que os desafios individuais afetam toda a comunidade. A resolução de conflitos era vista como uma responsabilidade coletiva.
  2. Ritualização:
    • A prática muitas vezes envolvia rituais, orações e invocações. A presença de elementos espirituais e o respeito pela conexão com o divino eram fundamentais.
  3. Diálogo Aberto:
    • O processo incluía a abertura de um diálogo honesto e aberto entre as partes envolvidas. A comunicação era facilitada para que cada pessoa pudesse expressar seus sentimentos e perspectivas.
  4. Arrependimento e Perdão:
    • Arrependimento e perdão eram elementos centrais. As pessoas eram encorajadas a reconhecer suas ações prejudiciais, expressar arrependimento genuíno e pedir perdão. Da mesma forma, o perdão era concedido como parte do processo de cura.
  5. Restauração da Ordem:
    • O objetivo final do Ho’oponopono era restaurar a ordem e a paz na comunidade, reconhecendo as conexões espirituais e sociais entre todos os membros.

 

Em conclusão, o Ho’oponopono é uma prática profunda e significativa que tem suas raízes na cultura havaiana, sendo uma forma tradicional de resolução de conflitos e cura espiritual. Originalmente conduzido por kahunas, líderes espirituais e especialistas em cura, o Ho’oponopono tradicional destacava a importância da comunidade, rituais, diálogo aberto, arrependimento, perdão e a restauração da ordem para promover a harmonia.

A versão moderna conhecida como Ho’oponopono de Identidade Própria, desenvolvida por Morrnah Simeona, adapta esses princípios para torná-los acessíveis aos desafios contemporâneos. Essa abordagem incorpora quatro frases-chave: “Sinto muito”, “Me perdoe”, “Eu te amo” e “Obrigado”. Cada uma dessas expressões desempenha um papel crucial na transformação pessoal e interpessoal, incentivando a responsabilidade pessoal, a compaixão, a aceitação e a gratidão.

A prática do Ho’oponopono de Identidade Própria oferece uma perspectiva única sobre como lidar com desafios, conflitos e autocura. Ao reconhecer a interconexão entre nossa identidade pessoal e a experiência coletiva, busca-se criar um espaço para a cura, a transformação e a promoção de relacionamentos mais saudáveis.

Para aprofundar o entendimento sobre o Ho’oponopono, é fundamental recorrer a fontes autênticas, como registros históricos, estudos etnográficos e, no caso da abordagem moderna, os escritos de Morrnah Simeona. Assim, pode-se explorar mais profundamente as nuances dessa prática que visa não apenas resolver conflitos, mas também cultivar uma mentalidade de amor, compaixão e gratidão em nosso caminho de autodescoberta e relacionamentos significativos.

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