KARMA, POR UMA VISÃO MAIOR E MAIS AMPLA

O conceito de Karma é amplamente difundido, mas muitas vezes mal compreendido. Este artigo visa desmistificar algumas das ideias equivocadas que circulam sobre o Karma, esclarecendo sua real natureza e função. Com base em um estudo detalhado do tema, apoiado pelo artigo “Desvendando os 13 Mitos sobre o Karma” e o livro “O Karma e suas Leis”, esta reflexão busca esclarecer como essa lei espiritual impacta a vida de todos os seres e a evolução consciencial no universo.

O Que é Karma?

A palavra “Karma” tem sua origem no sânscrito e significa “ação”. No entanto, ao longo do tempo, esse conceito foi sendo simplificado e distorcido, especialmente na cultura popular. Muitas pessoas associam o Karma apenas à ideia de punição ou vingança divina: “O que você faz, volta para você”. Essa visão reducionista, embora possua uma base de verdade, não abrange toda a profundidade do Karma. O Karma não é apenas uma resposta às ações, mas uma força universal que regula e orienta a evolução dos seres em todos os reinos da existência, desde o mineral até o espiritual.

Um exemplo dessa evolução pode ser visto no reino mineral. Elementos como elétrons, prótons e nêutrons estão submetidos às leis do Karma, pois sua evolução ao longo do tempo, desde partículas submicroscópicas até a formação de cristais, segue uma ordem e uma pressão cármica. Da mesma forma, os reinos vegetal e animal também estão sujeitos à mesma lei de evolução. A ideia de que uma vez que se atinge um nível espiritual elevado se está livre do Karma é um mito. O Karma continua operando em níveis emocionais, mentais e espirituais, mesmo em seres angelicais.

Os Mitos Sobre o Karma

A visão distorcida do Karma se manifesta de várias maneiras, muitas vezes alimentada por influenciadores populares ou terapeutas que, sem conhecimento adequado, espalham crenças equivocadas. Um dos primeiros mitos abordados é a ideia de que o livre-arbítrio é absoluto, e que, por isso, o Karma não existe. Este mito sugere que as pessoas são completamente livres para fazer o que quiserem sem enfrentar consequências cármicas. Na verdade, o livre-arbítrio existe, mas é limitado pelas circunstâncias físicas, emocionais, psíquicas e sociais nas quais o indivíduo está inserido. Embora seja possível tomar decisões dentro dessas limitações, o Karma age como uma força reguladora, impondo consequências inevitáveis para as ações, sejam elas boas ou ruins.

Outro mito comum é o de que o Karma pode ser “cancelado” ou “rescindido”. Essa ideia muitas vezes é promovida por terapeutas holísticos, que alegam que, através de suas técnicas, é possível cancelar dívidas cármicas passadas. No entanto, essa é uma visão simplista e errada. O Karma é uma lei imutável e inescapável. O indivíduo pode, sim, aprender e evoluir a partir de suas experiências cármicas, mas não há como “fugir” das responsabilidades cármicas acumuladas ao longo das vidas.

Da mesma forma, o mito de que o Karma “está liberado” ou “não existe mais” com o fim de uma era de expiação é outra distorção do conceito. Embora estejamos em uma era de transição planetária, onde muitas almas estão recebendo uma última oportunidade de se redimir, o Karma continua operando como uma força que regula essa transição. As almas que não conseguem se elevar serão transferidas para outros orbes, mas não estarão livres das leis cármicas.

Karma Coletivo e Interferência Externa

O Karma não é apenas individual, ele também é coletivo. Toda ação que realizamos afeta o campo energético ao nosso redor e, por consequência, as pessoas ao nosso redor. Um exemplo disso é como os pensamentos agressivos podem criar bolhas de energia negativa que, ao se acumularem, podem influenciar até eventos em larga escala, como conflitos ou guerras. Isso mostra que o Karma não é apenas uma questão pessoal, mas também envolve uma responsabilidade coletiva.

Apesar disso, há quem acredite que não se deve interferir no Karma alheio. Esse mito sugere que ajudar alguém a aliviar seu sofrimento seria interferir em seu processo cármico. No entanto, essa visão é errada, pois o propósito de nossas vidas, segundo os palestrantes, é exatamente ajudar a aliviar o sofrimento alheio e, ao fazer isso, estamos contribuindo para transformar o Karma negativo em positivo.

A interferência pode se manifestar em várias formas, como no exemplo da apometria, uma prática espiritual que visa equilibrar o campo energético de uma pessoa. Embora alguns espíritas radicais rejeitem essa prática, ela nada mais é do que uma forma de aliviar o sofrimento e auxiliar na evolução cármica de outros, da mesma maneira que o passe ou a água fluidificada.

A Transformação do Karma

Um dos mitos mais persistentes é o de que é possível transcender o Karma ou deixar para “quitar o Karma na próxima vida”. Ambas as ideias são ilusórias. Não há como evitar o Karma, e fugir das responsabilidades cármicas apenas prolonga o processo, tornando-o mais pesado e difícil em vidas futuras. O Karma não é uma punição, mas uma oportunidade de crescimento e aprendizado. A dor e o sofrimento que ele traz muitas vezes são sinais de que há algo a ser compreendido e superado.

Transcender o Karma, portanto, não significa evitá-lo, mas utilizá-lo como uma ferramenta para o crescimento espiritual. A verdadeira transformação ocorre quando o indivíduo aprende com suas experiências cármicas e faz mudanças profundas em sua vida. Isso envolve não apenas superar dificuldades, mas também se alinhar com o Dharma – o caminho da responsabilidade e do propósito espiritual.

Conclusão

Desvendar os mitos sobre o Karma é essencial para uma compreensão mais profunda da vida e da evolução espiritual. O Karma não é algo a ser temido ou evitado, mas sim uma lei natural que nos guia em nosso caminho de crescimento e aprendizado. Ao entender que nossas ações têm consequências e que o verdadeiro poder está em como escolhemos responder a essas consequências, podemos trilhar um caminho mais consciente e iluminado. O Karma, longe de ser uma força punitiva, é a chave para nossa evolução espiritual e nossa reconexão com o divino.

Dalton

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