Certa vez, Krishna* perguntou ao seu amado arqueiro-discípulo Arjuna:
– Nara**, em sua opinião, o que são os objetos físicos percebidos no reino dos sentidos?
– Arjuna: os objetos são os aspectos grosseiros da energia cósmica. Eles são o poder de maya*** congestionando as partículas de Luz e submetendo-as à exposição do ego em prova.
– Krishna: amado, já pensou que seu próprio raciocínio também pode ser uma congestão do ego? Já notou como os sentidos enganam e distorcem as percepções?
– Arjuna: ó Bem-Aventurado! Explique-me a maneira correta de ver e sentir.
– Krishna: a grande percepção é: os objetos grosseiros também são a expressão do Amor-Luz que a tudo anima. O que é real ou irreal depende muito da referência de cada Ser. Quanto mais imatura é o espírito, pior sua percepção. Quanto mais consciente, mais dilatada é sua percepção e, consequentemente, sua ação.
Prime por uma conduta ética e derrote o vírus da dúvida. Estabeleça bons propósitos no reino do coração e alce a mente ao reino da Pura Luz.
Entre na carruagem da Paz e seja confiante, meu amigo.
Não se esqueça de que o Senhor está com você!
A partir desse instante, Arjuna expandiu a consciência e passou a ver em todos os seres e coisas apenas a expressão luminosa do Senhor dos Olhos de Lótus.
Que o amado leitor também possa ver nestes escritos o Amor de Krishna se expressando e impregnando de Luz o Universo.
O Senhor saúda a todos!
– Ananda ** –
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges; Texto extraído do livro “Viagem Espiritual III”; Editora Universalista – 1998.)
– Notas:
* Krishna – na cosmogonia hinduísta, é considerado o maior dos avatares divinos; ou seja, o divino feito homem, para regeneração da Luz entre os homens. Assim como Jesus é a grande referência de Amor para os cristãos, Krishna é a grande referência de Amor para os hindus.
** Narananda – do sânscrito, nara, o homem; ananda, estado de Bem-Aventurança espiritual – é um dos epítetos de Arjuna, discípulo de Krishna e considerado como o homem portador da Bem-Aventurança e da boa nova celeste entre os homens.
Obs.: Ver o texto “Surfando nas Ondas da Consciência Feliz”, postado no seguinte link do site do IPPB: http://www.ippb.org.br/textos/textos-periodicos/1401-surfando-nas-ondas-da-consciencia-feliz-iv
* Maya – do sânscrito – ilusão; tudo aquilo que é mutável, que está sujeito à transformação por diferenciação.
** Ananda – do sânscrito – bem-aventurança espiritual; êxtase espiritual.
Obs.: Ao longo dos milênios da tradição hinduísta, muitos iogues e estudantes espirituais assumiram a expressão “Ananda” como parte da formação de seu nome iniciático, ou mesmo como um mantra evocativo das energias superiores.
O mentor extrafísico que me passou esses escritos assumiu o nome de Ananda como forma de homenagem a Krishna, o senhor da bem-aventurança e felicidade plena.
Diga-se de passagem, ele é um dos amparadores mais ternos que conheço.
Obs.: Enquanto eu editava esse texto para enviar hoje, rolava aqui no meu som o belo CD “Unplugged” – do Rod Stewart, um dos grandes vocalistas do pop inglês (com a participação do Ron Wood, guitarrista dos Rolling Stones, que toca em várias das músicas do disco). Então, na esteira dos sentimentos que transbordam de todo meu Ser, deixo, na sequência, os links do Youtube para algumas das lindas canções desse lindo trabalho acústico.
Rod Stewart – CD. “Unplugged”.
– “People Get Ready” –
– “Handbags and Gladrags” –
https://www.youtube.com/watch?v=KaUlewuC20k
– “Have I Told You Lately” –
– “Maggie May” –
– “Reason to Believe” –