Alguns séculos antes de Cristo, quando vivíamos encarnados na Grécia, os nossos preceptores ensinavam que o supremo ideal da vivência humana seria esposar o binômio “alma sã em corpo são”, isto é, a saúde psíquica conjugada à saúde física!Conseqüentemente, os bons filósofos também eram bons atletas, pois na época tanto cultivavam os bens intelectivos do espírito, como os pendores do corpo físico! O esporte, como um corolário da vida humana, proporciona ao homem o ensejo salutar de expandir as suas energias acumuladas pela vitalidade jovem, enquanto desintoxica o corpo carnal, numa terapêutica sadia e sensata pela sudorese. Os esportes praticados com método, inteligência e sensatez, desenvolvem a coordenação dos plexos nervosos e ajudam a extravasar a carga emocional represada. Reduz as propaladas distonias, psicastenias, “stress” e outras dezenas de denominações patogênicas do sistema nervoso, que tanto viciam no uso de barbitúricos e psicotrópicos deprimentes.
Sem dúvida, a preferência esportiva no homem varia-lhe conforme o temperamento, a emotividade, cultura e até graduação espiritual, pois há gritante diferença entre o esporte do boxe sanguinário do instinto agressivo, que esmurra a face adversa, com o tenista a evidenciar um jogo pacífico e atraente pela agilidade e destreza! Mas o futebol é um esporte associativo e menos pessoal, cuja competição apresenta maior índice de confraternização sem brutalidade, pois onze competidores movem-se no mesmo diapasão de esforços e a cooperar para o êxito do mesmo objetivo. Em face de sua característica impessoal, às vezes os próprios “cracks” devem renunciar em favor dos companheiros menos competentes, porém, melhor colocados para o lance de sucesso. O esforço é coletivo e vale a harmonia do conjunto, malgrado a distinção feita aos “players” incomuns, verdadeiras “vedetes” do esquadrão futebolístico!
Quando o esporte associativo do futebol é exercido sob o respeito mútuo e comandado por juiz enérgico e íntegro, torna-se competição fraterna e amistosa, exercida num clima pacífico e leal As vitórias e gloríolas futebolísticas são repartidas entre todos os componentes e participantes do clube vencedor, quer sejam diretores, preparadores, associados, admiradores e sem dúvida os jogadores! E os próprios vencidos, embora sofram a desdita da derrota, ainda dispõem de novo ensejo futuro, para tentar a desforra noutra competição esportiva!
Livro: A Vida Humana e o Espírito Imortal- Ramatis/Psicografado por Hercilio Maes