por Wagner Borges
Quem, baseando-se apenas nos cinco sentidos do corpo,
Poderá compactar o infinito segundo suas limitadas percepções?
Quem, em seu coração, poderá mensurar o Amor?
E, olhando para as estrelas, dizer que nada há além?…
Que cadáver poderá rir e contar uma piada?
Sete palmos abaixo do solo é o lar de um ser querido?
Ou, o espírito é igual a um pássaro sutil e voa para além?
Então, piadas legais, só no Céu. Para onde o pássaro voa…
E quem poderá dizer que a morte acaba com tudo?
Se o Amor continua – e se o coração ainda sente a luz, algures…
Algum coveiro poderia enterrar o eterno?
Mas, como prender na cova o brilho de uma estrela?
Não, há algo a mais… Não se prova, mas se sente.
O coração sabe. Ele conhece a trilha de luz deixada pelo pássaro.
Apenas com os cinco sentidos, alguém poderá perceber o invisível?
Se, muitas vezes, nem se percebe bem a si mesmo?
O aguilhão da morte poderia perfurar o princípio imperecível?
Não, não dá! O fogo não pode queimá-lo, nem a água molhá-lo.
O espírito é eterno. Não nasce nem morre, só entra e sai dos corpos perecíveis.
Já existia antes do corpo ser formado; e continuará depois dele, sempre vivo…
E quem poderá dizer que não, de frente para o espaço sideral?
Ou, olhando para o brilho dos olhos de seus filhos?
O Amor chama o Amor; a Luz chama a Luz. Só o espírito escuta o espírito.
E só o coração é que sente e compreende aquilo que os olhos não veem.
E quem poderá dizer que não?
Quando algumas linhas de um texto dizem mais do que os sentidos…
E quando algo a mais diz, em seu coração:
“Vive, ama, sorri, sente, reflete e segue…”
P.S.:
O sábio estelar Hermes Trismegistro estava certo.
Sim, ele sabia bem o que se passava dentro dos corações.
Por isso, ele ensinou sobre a imortalidade da consciência no antigo Egito.
Ele disse aos iniciados de outrora:
“O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível à inteligência e ao coração”.
Hoje, mais do que nunca, eu faço coro ao sábio das estrelas.
Porque eu sinto e sei de uma Luz sutil, em todos os seres.
Aquela Luz que brilha mais do que bilhões de sóis juntos.
E que é a essência da alma.
Aquela Luz que mora no coração.
Isso não se explica, só se sente, só se sente, só se sente…
(Esses escritos são dedicados a Krishna e sua grande equipe de trabalhadores extrafísicos, e às pessoas que também veem a trilha de Luz deixada pelos pássaros que alçaram voo para o infinito, e que sempre olham para as estrelas, jamais para cova alguma, pois eles sabem que o princípio espiritual é imperecível).
Paz e Luz.
– Wagner Borges – mestre de nada e discípulo de coisa alguma.