O homem é um centro de consciência na grande vida una do Universo.
A alma do homem passou por numerosos graus antes de chegar à sua presente posição e estado de desenvolvimento.
No seu mental, o homem contém traços de tudo pelo que anteriormente passou.
O NÍVEL MENTAL DO INSTINTO
O homem tem este plano mental em si, abaixo da consciência.
Cada homem tem em si esta região mental instintiva e continuamente surgem dela impulsos e desejos para o perturbar como também para o servir ocasionalmente.
Todo o segredo consiste em saber se o homem tem domínio sobre ele ou não.
Desse plano da mente surgem os impulsos que podem ser notado já no reino animal.
É um verdadeiro armazém. Encontramos ali instintos animais, paixões, apetites, desejos sentimentos, sensações, emoções, etc.
Ódio, inveja, ciúme, vingança, o desejo animal dos impulsos sexuais, etc., ali estão e desviam a nossa atenção, enquanto não temos o domínio sobre eles.
E esta falta de domínio é devida muitas vezes a ignorarmos a natureza do desejo.
NÃO SÃO MAUS: SÃO FERRAMENTAS SUPERADAS
Foi-nos ensinado que esses pensamentos eram “maus”, e nós os tememos, julgando que são sugestões de uma natureza impura ou de uma mente depravada, etc. Isso tudo é errôneo. Essas coisas não são “más” em si mesmas – são nossa herança do passado.
Pertencem à parte animal da nossa natureza e foram necessários ao animal no seu estado evolutivo.
NOSSOS ANIMAIS INTERIORES
Nós temos dentro de nós uma coleção inteira de animais, mas isso não quer dizer que devemos soltá-los para atacarem a nós ou a outros.
Foi necessário para o animal ser feroz, combativo, apaixonado, indiferente aos direitos dos outros, etc; mas nós já crescemos acima desse ponto de desenvolvimento e é ignóbil para nós voltar a ele ou deixar-nos dominar por aqueles impulsos.
Sentimos intuitivamente que o mais alto “bem” é agir de conformidade com aquilo que nos vem do mais alto polo do nosso ser mental, e que o pior “mal” consiste em fazer o que nos rebaixa ao nível dos animais inferiores.
Os processos mentais dos animais são bons e perfeitamente naturais na vida animal – mas reconhecemos intuitivamente que recair no grau do animal significa para nós “ir para trás” na escala da evolução.
Recuamos instintivamente diante de uma exibição de brutalidade e animalidade por parte do homem ou da mulher.
Não sabemos exatamente a causa mas um pouco de reflexão nos mostra que tais atos significam uma queda na escala evolucionária, contra a qual se revolta e protesta a parte espiritual em nós.
Yogue Ramacharaca
“Raja Yoga – Lições sobre o desenvolvimento mental”