NUNCA ENCONTREI UMA MÚSICA GOSPEL CONTRA O PRECONCEITO RELIGIOSO – A Voz de Deus não tem cor

A intolerância religiosa é uma sombra que envenena o coração daqueles que afirmam seguir a Cristo, mas desprezam os irmãos de outras crenças. Quem nega o direito de alguém expressar sua espiritualidade, seja ela de origem africana ou qualquer outra, está se afastando de Deus. O preconceito não brota do amor divino, mas das trevas da ignorância e da intolerância. Na verdadeira fé, não há espaço para discriminação. Se o seu coração se fecha ao som dos atabaques do candomblé, aos cânticos da umbanda, ou às práticas de outra tradição, saiba que você está rejeitando o próprio Cristo, que nos ensinou o amor incondicional.

Jesus nunca estabeleceu barreiras para o amor. Ele não discriminou com base em cor, origem ou crença. Aqueles que, em nome d’Ele, atacam e desrespeitam outras tradições espirituais estão, na verdade, traindo a essência do evangelho. Isso não é cristianismo; é hipocrisia. Deus não pertence a uma única religião; Sua presença se manifesta em diversas formas, e quem condena essas expressões espirituais está agindo movido por um orgulho vazio e uma falsa sensação de superioridade.

A voz de Deus é inclusiva, abrangente e repleta de compaixão. O preconceito é uma ferida que cega a alma e impede o progresso espiritual. Não há como trilhar o caminho da luz enquanto se carrega o fardo da intolerância. A verdadeira fé se expressa no respeito e na aceitação do próximo, porque, como Cristo nos ensinou, todos somos filhos de Deus. Qualquer forma de preconceito é uma distorção da mensagem divina e precisa ser combatida com coragem e firmeza.

Esta canção é um convite à reflexão. Se você despreza ou rejeita as religiões de matriz africana ou qualquer outra tradição espiritual, é hora de repensar sua fé. O amor de Deus não conhece limites, não tem cor, e nunca compactua com o preconceito. Amar é a única maneira verdadeira de se conectar com o Criador. Aquele que se proclama cristão, mas espalha ódio, está longe do ensinamento de Jesus.

Diante da falta de uma música gospel que aborde diretamente o preconceito religioso (afinal, ninguém gosta de se condenar – risos), eu compus a primeira. Declaro-a livre de direitos autorais; sintam-se à vontade para usar, mas por favor, citem a fonte.

Leiam a seguir:


A Voz de Deus Não Tem Cor

Estrofe 1:
Nas ruas do medo, eu vi o desrespeito,
Quem diz que ama a Deus, mas odeia o que é alheio.
Falam em nome de Cristo, mas negam Seu amor,
Pisam nas crenças, esquecem do valor.

Refrão:
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.

Estrofe 2:
Vejo irmãos da fé, desprezando o axé,
Julgando as raízes, como se fossem fé menor.
Mas o Cristo pregou, com todo o Seu ser,
Que o amor ao próximo é o verdadeiro viver.

Refrão:
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.

Estrofe 3:
Preconceito na alma não pode ter lugar,
Quem condena o outro, não aprendeu a amar.
O tambor que ressoa na aldeia ou terreiro,
Também busca a luz, como qualquer crente verdadeiro.

Refrão:
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.

Estrofe 4:
Na casa de Deus, todos têm morada,
Seja no canto evangélico ou na gira sagrada.
Nenhuma fé é pequena, nenhuma voz é em vão,
O que fere o espírito é o preconceito em ação.

Refrão:
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.

Estrofe 5:
Se o teu coração discrimina e julga o irmão,
Estás longe de Deus, distante da redenção.
Pois Cristo abraçou, sem olhar quem era,
Amor é o verbo, essa é a quimera.

Refrão:
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.

Estrofe 6:
Hoje eu clamo em nome de Jesus verdadeiro,
Que ama o candomblé, o umbandista e o batuqueiro.
Quem nega o outro, nega o Senhor,
Pois no fim, só prevalece o amor.

Refrão (final):
A voz de Deus não tem cor, nem bandeira,
Amar é o caminho, não há outra maneira.
Se o amor é real, não há distinção,
Jesus acolhe a todos sem exceção.


Os livros sagrados, muitas vezes, carregam contradições e limitações que resultam não apenas da complexidade de suas mensagens, mas também das inúmeras inserções e edições ao longo dos séculos. Influenciados por interesses teológicos e políticos, esses textos foram manipulados para atender a agendas que muitas vezes se distanciaram da intenção original. O resultado dessas alterações é uma mensagem distorcida, onde o controle e a dominação religiosa se sobrepõem à verdadeira busca espiritual e à libertação interior.

Essas manipulações não só corromperam a pureza das escrituras, mas também abriram espaço para interpretações dogmáticas e rígidas, promovendo uma leitura limitada e superficial. Muitos leitores, por sua vez, absorvem essas interpretações sem questionar, tornando-se prisioneiros de uma visão estreita, forçada e desatualizada do que deveria ser uma mensagem de amor e crescimento espiritual. Essa leitura obtusa impede o florescimento da verdadeira espiritualidade, que deveria ser vivida como um caminho de evolução pessoal e coletivo.

Além disso, o problema é agravado quando essas mesmas leituras são usadas para justificar preconceito, intolerância e exclusão, corrompendo ainda mais o propósito original das escrituras. Essas interpretações rígidas servem mais aos interesses daqueles que buscam o controle sobre as massas do que à verdadeira missão de conectar o ser humano com o divino. O que deveria ser uma mensagem de união e compaixão é transformado em um instrumento de poder e opressão.

No entanto, a essência da verdadeira espiritualidade transcende qualquer dogma, e é importante que cada pessoa reconheça que os livros sagrados foram moldados por mãos humanas ao longo do tempo. É necessário discernimento para separar a verdade eterna da manipulação humana. A leitura crítica e consciente é essencial para que possamos resgatar o que é genuíno e divino nesses textos, aproximando-nos do verdadeiro amor universal e da prática da liberdade espiritual. A espiritualidade autêntica não é encontrada na rigidez das interpretações limitadas, mas na abertura do coração e na busca sincera por conexão com o divino.

A compreensão profunda da mensagem sagrada exige que nos libertemos das interpretações fechadas e preconceituosas, permitindo que o amor, o respeito e a compaixão guiem nossas ações e crenças. Somente assim podemos transcender as limitações impostas pelos interesses terrenos e alcançar uma compreensão verdadeira daquilo que é sagrado e eterno.

Dalton

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