Por Maurício Santini – poeta, músico e escritor.
Os bravos enfermeiros daqui batalham incansavelmente pela manutenção da vida
Os bravos enfermeiros de lá lutam para desmascarar a morte
Os heróis da medicina daqui buscam formas para manter o oxigênio
Os heróis da medicina de lá convidam os recém chegados a pararem de respirar
Os faxineiros necessários daqui agem para debelar as bactérias
Os faxineiros necessários de lá limpam os miasmas da alma que voltou…
Aqui, todos precisam usar máscaras para a proteção
Lá, todos trabalham para retirá-las…
Por aqui, água, sabão e álcool em gel previnem o mal
Lá, as substâncias que protegem o espírito é o amor e a compaixão
Aqui, os que têm bom senso se isolam e se distanciam
Lá, o sentimento de amparo e afeto os aproximam cada vez mais…
Aqui, não podemos abraçar pelo pavor de um fim
Lá, o abraço nos une por um novo recomeço
Aqui, toda a lágrima é derramada pela tristeza da partida
Lá, todo o sorriso é estampado aos que regressaram…
Aos que ficaram e vão permanecer por aqui, regozijem-se!
Nenhum vírus, mesmo coroado, jamais pode ceifar a vida!
O que fica aqui é um veículo emprestado pela Terra.
No entanto, lá o condutor retoma a direção do seu próprio destino.
No verso ou no anverso, tudo prossegue…
Porque tudo que vibra é vida e a vida sempre segue!
Aqui e acolá!