Quem é Dalton, por ele mesmo

Por ele mesmo

São cinco horas da manhã de sábado, 14/05/2011 e acordei com a mente cheia, não teve jeito, fui para o computador.

Às vezes as pessoas acham que o fato de assinar um nome respeitável mediunicamente, o nome de um grande Mestre reconhecido, seja uma grande coisa que nos faz melhores ou até “superiores” em algumas coisas.

Mas é sem dúvida uma grande responsabilidade. É uma responsabilidade diante do compromisso (dharma, programação existencial) e do trabalho espiritual assumido consigo (comigo) e com “Alto” no período intermissivo na Colônia zzzzz (omitido para evitar fanatismos), antes de reencarnar.

É uma responsabilidade com a egrégora [2] do trabalho coletivo e não apenas com o ente espiritual que é o Mestre referido.

As pessoas cobram demais de quem tem estas “assinaturas” e distorcem muito as coisas. Isto não significa virtude em todos os sentidos. Isto significa alguns talentos, às vezes poucos talentos, muita coragem e despojamento para tentar mudar, melhorar a si mesmo com a tal reforma íntima ou se preferir reforma interior, reciclagem intraconsciencial, a medida que realiza um trabalho conjunto, como coautor de uma equipe espiritual para as pessoas.

A cobrança é muito grande e ela acontece tanto a nível consciente quanto a nível inconsciente. Acham que a gente sabe tudo, que temos os detalhes na ponta da língua, que não temos dúvidas e temos respostas e saber para tudo, que tudo que fazemos é o Mestre fazendo e é responsabilidade dele. Parece que somos a holografia do Mestre na terra.

Eu sou apenas alguém simples, dentro do nível consciencial médio planetário melhorado um pouquinho. Não tenho nenhuma pretensão ilusória de me auto enganar. Quero ficar no meu posto, aparentar minha posição e ser honesto comigo e com o público. A gente se torna uma pessoa pública e há um peso nos ombros.

Eu tenho evitado aparecer. Coisa minha, cisma minha. Saí de todas as listas e news da internet de terceiros, tenho evitado de colocar fotos minhas na net também, parei de mostrar a cara pessoalmente e não frequento nenhum lugar fisicamente. Parei de ministrar cursos e palestras e mostrar o rosto. Não postei nenhum vídeo com nossas presenças, minha ou de Andréa na Internet, só vídeos de produção digital.

Tem gente dando carteirada mediúnica de mestre ou de sabido por aí. Sou o que sou, nada mais ou nada menos. Na hora que desencarnar não quero nenhum obsessor me cobrando que fui vaidoso nesse ponto, que fui hipócrita.

Eu havia escrito na primeira edição do livro Estudos Espiritualistas – Desvendando os Caminhos “sou uma criatura densa, atrasada e primária”, depois eu retirei. Creio que fui muito duro comigo mesmo. Ao me cobrar certas melhorias que não conseguia de imediato, acabei me sentindo assim. Mas como sou sensível as energias, aos holopensenes[3], eu capto essa coisa de cobrança, de crítica e de elogios e boas considerações também. Confesso que tem horas que é um saco. A ignorância é um berço esplêndido de conforto.

Tentar evoluir, se melhorar como ser humano, como consciência é duro, pesado e difícil. Você encarar a si mesmo, seu ego, seus dramas mais íntimos e secretos é um fardo sim. Cada um tem sua cruz. Pode parecer muito chique assinar nome de mestre, mas isto não é status social e nem status espiritual, é um teste.

Somos falhos, temos muito mais defeitos que virtudes. Temos poucas virtudes e mais talentos, e muitos desses talentos estão no raso do intelectual e do parapsíquico. Com o perdão do termo vulgar somos “bundões espirituais” e eu me incluo nisso.

Querer parecer chique, evoluído é muito bom. Se esconder atrás de grupo “avançado” é muito fácil, bonito e confortável. Dar a cara a tapas para o plano extrafísico e para si mesmo com autenticidade É MUITO DURO.

Sinto-me paradoxal (ousado num ponto e atrasado, quase um idiota noutro) quando vejo tanta gente boa, capaz, competente, visivelmente muito melhor que eu fazendo um trabalho tão lamentável, distorcido ou até não fazendo nada. É nesta hora que me consolo.

Nunca fiz parecer que tenho mega projeções conscientes, veja os históricos de meus textos e relatos. Mas o fato repetido e testado por mim exaustivamente é que acordo inspirado (quando durmo bem – maioria das vezes ainda bem) todas as manhãs. Acordo inspirado não por magia ou por download banda larga, mas pelo fato de ser inspirado por amigos espirituais fora do corpo, por recordar, visitar, estudar locais, colônias, bibliotecas, centros de pesquisa, todos extrafísicos fora do corpo. Se não for projeção isso, então pode me dar um troféu, no popular eu diria que sou um sorteado para conseguir fazer tudo isso sozinho e animicamente. Isto é trabalho de equipe!

Eu tenho tantas ideias, passam tantas coisas pela minha mente que chega a dar congestionamento e às vezes travamento mental. Sinto aquele ímpeto de fazer isto, aquilo, aquilo outro, criar mais isto…, aí toca a campainha, o telefone, tenho que sair para comprar arroz, pagar a conta na venda, ver dezenas de e-mails, ler alguma coisa para não ficar alienado, responder as pessoas que me fazem perguntas. Tenho que comer, cuidar da higiene, preparar as matérias de informática para dar aulas, cuidar da casa, do carro…  Tem horas que dá branco e não sei o que fazer. Tenho que fazer exercícios físicos. Tenho que fazer as práticas bioenergéticas diárias, às vezes orar, refletir ou meditar um pouco. Ainda faço umas respirações muito boas.

Então a gente se sente atropelado pelas necessidades da vida, pelas necessidades intrafísicas, pela própria inspiração que se atropela, em suma, pela própria incompetência pessoal em lidar com tudo isso. Você não imagina o super trabalho que dá fazer um livro. As correções são um saco! Escrever é fácil, tenho uma fluência de dar gosto, aí sim.

As pessoas te cobram nada menos que perfeição. Se eu escrevesse as mesmas coisas sem a assinatura, ficaria leve e livre e não haveria pressão. E o lado extrafísico? A gente é atacado por todo lado. Quando não conseguem te pegar, pegam a esposa ou até mesmo algum equipamento com ectoplasmia.

Confesso que já cheguei a pensar em fazer as obras mediúnicas com minha assinatura e pronto, mas achei que seria covardia. Já estou sendo bastante odiado por alguns e coragem é se dispor a se indispor. Não estou falando de confronto direto, disso não participo, me calo, me retiro, até baixo a cabeça. As pessoas te odeiam mais pelo que você acredita e sente, pelo que você vivencia e percebe e por isto não coincidir com as crenças e dogmas pessoais dela. Bem vindo a Terra!

Uma coisa que foi justa para todos os lados e que aliviou foi colocar, “obra anímica mediúnica”. Assim os fanáticos na hora de cobrar perfeição da obra e na tentativa de perseguir o Mestre que odeiam irão se calar. Eu sei que não é por ser espírito que alguém é perfeito, não por ser mestre que é perfeito. O problema é a imbecilidade da mitificação religiosa que é praga no mundo. Vejo às vezes uma devoção ridícula e às vezes o extremo oposto, um intelectualismo racionalista distorcido e ridículo também, posturas radicais sem equilíbrio algum.

Procure defeitos em você, em si e nas suas obras. Vá produzir algo. Vá caçar serviço e fazer alguma coisa pelas pessoas ao invés de ficar só criticando. Se não tem competência para produzir algo mediúnico, projetivo, intelectual, original, vá distribuir sopa e fazer bazar que é melhor. Não há demérito algum nisso.

Então o cara que não vê o tronco em seu olho vem reclamar da unha encravada do dedo mindinho do pé esquerdo de quem não gosta. E vejo um monte de gente louquinho para fazer uma obra (é tão chique!) e ainda assinar nome de mestre (é mais chique ainda!). Então entram num desespero e começam assinar espíritos de outras galáxias, pois isto impressiona muito os incautos. Começam a assinar um e outro da Grande Fraternidade Branca com uns textos simplórios que nada acrescenta de valor consciencial real, nem técnica e nem moralmente.

Mas as pessoas dão mais importância a PORCARIA da assinatura que ao CONTEÚDO. Há muita embalagem, muito rótulo e enfeite (inclusive usando semântica pura) e pouco recheio. Sou muito chato e exigente comigo nesse quesito e odeio não ser original na hora de criar algo significativo para as pessoas. Nesse ponto exato tenho uma autoconfiança vulcânica e crio com fluência de todo o coração.

Eu admiro tanto os trabalhos dos colegas, mas até elogiar eu tenho reservas. Tudo pode significar alguma ofensa. A malícia é muito grande. Viva as crianças que são simples e dizem o que pensam sem reservas.

Não foi fácil chegar até aqui. Passei algumas coisas difíceis na vida que não dá para contar por causa dos obsessores encarnados. Já comi o tal “pão” que falam por aí. Hoje estou no paraíso, feliz, amando a vida, e no duro caminho do auto desafio, às vezes aprendendo a me perdoar.

Hoje sou uma pedra no sapato de muitos e o mais interessante é que eles são os mais próximos em termos de holopensene e egrégora de trabalho da minha. Quanto mais próximo e semelhante, maior a disputa mesquinha. É o que no comércio chama de CONCORRÊNCIA. E concorrência em espiritualidade é o quê? É PROSELITISMO! É marketing! É disputa de mercado, para ver quem detém a verdade mais verdadeira. É a disputa da infalibilidade.

Já fiquei para trás, já me desclassifiquei da disputa, já escrevi este texto relatando quem creio que sou, afinal a gente nunca se conhece a fundo mesmo e eu ainda posso me auto decepcionar amanhã. Não tenho condições ou competência para competir (e nem quero) com os perfeitos, sejam perfeitos técnicos, perfeitos doutrinários, perfeitos intelectuais, perfeitos filosóficos, perfeitos… Não tenho tempo ou saco para isso, tenho que cuidar, como já escrevi antes, da venda, do carro, do computador, do… Não condene as pessoas que cometeram pecados diferentes dos seus.

Eu sou simples, sou desajeitado para muitas coisas, detesto ostentação, até mesmo as intelectuais, evolutivas e conscienciais.

Adoro ficar em casa, pago para não sair. Adoro conhecimento, mas adoro comportamento também. Quando posso faço terapias alternativas que possam me ajudar a melhorar o ser humano dentro desta carcaça.

Estou tentando ser menos crítico, sou ostensivamente crítico e autocrítico e isso pode não ser legal.

Preciso aprender a lidar melhor com essa mediunidade que às vezes me pega, não vim com manual de instruções, não encontrei a merda do botão “liga-desliga”, às vezes ele liga sozinho e se desliga sozinho também.

Sou péssimo no trânsito, odeio dirigir, sou obrigado a dirigir por necessidade.

Às vezes sou excessivamente irônico, às vezes sou muito agressivo, apesar de ter um lado super gentil e carinhoso. Parei de comer carne vermelha por quatro anos.

Não bebo nada e nem fumo, nunca fumei ou usei drogas. Não tenho tatuagens, pois as detesto, nada contra nos outros. Adoro caminhar em dias de sol sozinho ou conversando. Adoro plantas e flores e aqui em casa quem cuida, faz o jardim sou eu.

Gosto de ping-pong mas não tenho mesa, já fui o campeão da rua quando adolescente. Detesto Juiz de Fora a cidade que nasci e vivo chamado aquilo de roça (mais ironia sacana). Me preocupo demais com as pessoas.

Falo demais, converso muito, comprimento os estranhos na rua, puxo conversa até em Curitiba. Sou fácil de sorrir e de abraçar.

Acho-me um “mané” simples e quase provinciano (quase um caipira sem jeito). Detesto festas, bares e aglomerações, nada contra.

Apesar de todas as práticas que faço, ainda sou ansioso. Às vezes me acho chato e exigente demais, as vezes relaxado demais.

Sou bastante organizado com papéis e dados digitais, até faço backup regularmente (quem conhece assédio, tem probleminhas com ectoplasmia, trabalha com PC e tem dados digitais importantes é importante fazer isto) – já vi cada fenômeno de arrepiar, aconteceu comigo.

Este é Dalton Campos Roque, humano, falível, limitado, burro em algumas coisas, inteligente noutras e mediano noutras.

Sinto emoções, sinto razões e sinto comichões e estou aqui rasgando o verbo, abrindo o coração, dando a cara a tapas na internet.

Não estou enganando ninguém!

Desejo muita harmonia em seu coração. Perdoe meus defeitos que eu perdoo os teus. Se você acredita em coisas diferentes e até opostas as que eu creio, tudo bem, podemos ser bons colegas ou até amigos se você tiver uma coragem e despojamento igual ao meu. Mas eu te desafio: duvido que você tenha esta disposição!

Abraços fraternos,

Dalton www.ramatis.org

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