RINDO NO ALÉM

Atanagildo, em “A Vida além da Sepultura”, afirma:
“De acordo com as minhas observações e baseando-me na minha própria desencarnação, creio que é muita mais fácil “falecer” do que “nascer” na carne.
Nascer significa exaustivo labor para reduzir e aprisionar o perispírito na matriz da carne; morrer significa que a alma se liberta da complexidade da matéria e retorna ao seu plano familiar”

OS ESPÍRITOS TÉCNICOS EM DESENCARNAÇÃO

A complexidade e delicadeza das operações que se processam no Mundo Astral para o desencarne, pelas organizações do Bem, exigem mais conhecimento e cuidado que na Terra. Daí a necessidade de formação e adestramento de equipes de espíritos para atender às desencarnações, sempre que há o merecimento de assistência e proteção na hora do falecimento.
Esses espíritos “técnicos” em desencarnação são responsáveis pela existência da velha lenda em que a morte é representada na figura de uma megera de foice em punho, cuja tarefa tenebrosa é a de cortar o “fio” da vida humana.
Mas nada existe de lúgubre nesse acontecimento tão comum, que é a desencarnação; normalmente, esses espíritos assistentes são de fisionomias afáveis, dotados de boníssimos corações e sadio otimismo, nada justificando o fato de sua existência provocar entre vós tantos arrepios de frio nas epidermes demasiadamente sensíveis”.

AQUI COMO NA GRÉCIA

A figura clássica da Morte com a foice, pronta a ceifar a vida dos que devem partir, é bem a herança simbólica de três personagens da mitologia grega, que devem ter sobrevivido no imaginário popular, compactadas “três em uma”. Falamos das Três Parcas, irmãs que a lenda grega figurava como as responsáveis por tecer, medir e cortar o fio da vida dos mortais. Deram origem a muitas representações artísticas.

RINDO DIANTE DA FARSA DA MORTE

“Quando logrei despertar no Além, tive a grata surpresa de ser apresentados a dois boníssimos espíritos que, apesar de o tentarem, não logravam reduzir a irradiação de luz azulada que lhes fluía pelo tórax, chegando a formar um suave halo luminoso em torno de suas cabeças jovens. Certo de que se tratava de excelsos enviados da hierarquia superior para salvar a minha alma pecadora, surpreendi-me extraordinariamente com a revelação de que eram os dois espíritos técnicos que me haviam ajudado a desligar-me do corpo físico.
Indubitavelmente, quando tal acontecera, eu me achava diante da lendária “morte”, entidade tão temida e que na Terra causa arrepios à mais singela enunciação. No entanto, aqueles dois espíritos, à minha frente, desmentiam claramente a existência tétrica da megera esquelética embuçada na fúnebre mortalha e tendo nas mãos a sinistra foice…Felizmente, eu podia vislumbrar aquelas fisionomias iluminadas, afáveis e sorridentes junto ao meu leito, num formal desmentido à lenda mitológica das “Parcas”.
Eles leram, então, o meu pensamento, com certo ar travesso, enquanto meu cérebro se povoava de espanto; depois, fitaram-me com profunda bonomia e interesse e, sem que eu também pudesse me conter, rimos francamente, um riso farto e sonoro, que inundou o ambiente de vibrações alegres e festivas.
Ríamos diante da farsa da “morte” tão lúgubre e aterrorizante para o cidadão terreno, que vive tão agarrado aos seus tesouros efêmeros e paixões avassaladoras.
Justamente por inverter o exato sentido da vida é que o homem terráqueo tanto teme a morte do corpo”.

“A VIDA ALÉM DA SEPULTURA” – Atanagildo & Ramatís
Médium: Hercílio Maes

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