Maurício Santini – http://msantini.blogspot.com.br/2017/03/sao-tomes-os-espiritualistas-que-buscam.html
Arranque a ritualística e o espetáculo de algumas correntes espiritualistas e não fica ninguém…
Se não tiver um condenado estrebuchando no terreiro, se nenhuma pomba-gira pedir um licorzinho ou se não rolar um despachozinho numa encruzilhada, a coisa desanda…
Esse é o segredo dos evangélicos, o show da fé. Por isso eles incrementaram seus cultos, dá muita audiência!
Onde já se viu um centro espírita sem psicografias? Esvazia. Tem que ter pelo menos uma passezinho…
Todavia, o mais pobre disso tudo é a necessidade de “espetaculiazar” algo para que os outros acreditem. Como podem então crer em Deus, se Ele não promove estas aparições fantásticas?
O que mais noto nas pessoas que buscam algo é a exigência de um teatro (e o que mais se assemelha às incorporações de espíritos?). Sinto muito em dizer que, a esmagadora maioria destas manifestações mediúnicas não passam de encenações egóicas, demonstrações de transtornos de personalidades multifacetadas, desejo incubados ou patologias psíquicas e emocionais.
Logicamente há mediunismo, isso não se discute. O que está em debate aqui é a dependência mental e emocional destas famigeradas incorporações e de outros espetáculos.
Se o evangélico depende exclusivamente de sua Bíblia, os espiritualistas anseiam fenômenos (e com menos esforço, se possível). Espiritualistas querem a receita esotérica de sair do corpo sem exercitar os chakras ou então, um resultado supersônico que os arrebate para Shambala ou Sangrilá…
Têm que ter raios coloridos de mestres ascencionados… Tem que ter preto-velho falando mizi fio… tem que aterrissar naves extraterrestres nórdicas no quintal de casa… e um chazinho alucinógeno que arranque o corpo emocional para fora e o leve para Andrômeda… Sempre tem que ter alguma coisa para se ver (e não para se sentir).
Para finalizar, acabo de recordar uma parábola de Jesus que vai bem na jugular do buscador: “Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creram”.