O médium que é movido pelo amor e não apresenta interesse de promoção pessoal, não tem necessidade de ficar dizendo o nome sempre que o benfeitor, guia ou protetor se aproxima. Outros, disfarçadamente, anseiam o reconhecimento do grupo e até a sua dependência em relação a ele, “único” instrumento dos benfeitores. É lamentável quando o diretor terreno cria dependência de um único médium, alimentando as vaidades dissimuladas entre ambos.
Muitos homens consideram o tempo de experiência mediúnica um troféu a ser exibido, desconsiderando que a idade sideral do espírito encarnado não se encontra em proporção direta ao número de aniversários no corpo físico provisoriamente ocupado. Esquecem que nenhum sensitivo é insubstituível, muito menos proprietário dos espíritos.
Existem os que anseiam tanto pelo médico mentor, a freira erudita, o sacerdote doutrinador, o iogue oriental de grande sabedoria, o portentoso caboclo com lindo penacho, o filósofo grego ou o iniciado egípcio, que plasmam inconscientemente uma forma de pensamento artificial que o substitui. O verdadeiro mentor não consegue mais chegar próximo, pela vaidade de seu antigo aparelho mediúnico e pela muralha preconceituosa que retém o sensitivo preso à forma transitória, que esmaga a essência duradoura do espírito. Agravam-se essas situações em médiuns neófitos, em que o animismo descontrolado gera um tipo de auto-obsessão. Pode ainda, entidade oportunista se aproveitar do incauto vaidoso e se fazer passar por quem não é, tal qual o lobo em pele de cordeiro. Portanto, é indispensável o estudo para o autoconhecimento do médium, associado à prática regular em grupo caritativo, sob a orientação segura, fraterna, firme e disciplinadora de experientes e capazes dirigentes espirituais nas lides do mediunismo.
VOZES DE ARUANDA.