(DO LIVRO: “ELUCIDAÇÕES DO ALÉM” RAMATIS/HERCÍLIO MAES)
PERGUNTA: – É sensato a criatura ser médium e desistir de exercer a mediunidade pela insuficiência de suas condições físicas, em ativas, financeiras e até morais?
RAMATÍS: – Tais médiuns demonstram que não estão cônscios de sua responsabilidade espiritual. Em verdade, eles nascem comprometidos para um serviço excepcional a favor do próximo, além de sua própria redenção e isso é escolha feita livremente antes deles ingressarem na carne. Imprudentemente, muitos esquecem esse compromisso severo e entregam-se a todos os caprichos e vícios próprios do homem comum.. Deste modo, atravessam a existência terrena na figura do caçador de emoções e aventuras censuráveis, enquanto subestimam a mediunidade que lhes pesa à conta de um fardo insuportável.
Embora sejam portadores de mensagem incomum, vivem presos aos preconceitos e às convenções tolas da sociedade terrena, pois transitam pelo mundo material escravos das minúcias e das futilidades mais tolas. Olvidando a responsabilidade da faculdade medi única, vivem inconscientes do seu próprio destino espiritual elevado. Em tais condições, negligenciam o seu labor mediúnico e desperdiçam tempo precioso entre companhias censuráveis e nos ambientes viciados. Quais antenas vivas, de maus fluidos, terminam saturados pelo desânimo, pessimismo e pela desconfiança, completamente derrotados diante das vicissitudes humanas. São médiuns que encerram sua existência na condição de elementos improdutivos, gastos e desesperançados.
Excessivamente onerosos para o Alto, mesmo quando atendem ao mais singelo serviço medi único, eles exigem junto de si, a todo momento, a presença de espíritos técnicos e cooperadores, que lhes devem cuidar da saúde periclitante, afastá-los dos lugares perniciosos e guiá-los às boas ações.
Em verdade, até para fazerem o Bem, falta-lhes o senso e a iniciativa própria. No entanto, assim que se sentem higienizados pelos bons fluidos do Além e assistidos pelos seus guias, eis que novamente relaxam sua vigilância e defesa psíquica, para retomarem às mesmas condições perniciosas anteriores.
E assim, o recurso mais prudente a ser providenciado pelo Alto é o de afastá-los definitivamente do serviço mediúnico ativo, pois em caso contrário serão vítimas da superexcitação nervosa que ainda lhes causará coisa pior. Aliás, quanto ao médium doente ou perturbado a sua cura positiva ou o exercício mediúnico sadio depende mais dos recursos sublimes da oração, da boa leitura espiritualista, assim como da freqüência a reuniões de caráter evangélico. Desde que, aflito e enfraquecido física e psiquicamente, tente os trabalhos medi únicos, há de sentir-se mais agravado pela sua excitação medi única. Daí a necessidade de reconfortar-se no orvalho sedativo do Evangelho do Cristo. Além disso, deve atender à sua saúde física abstendo-se de bebidas alcoólicas, condimentos excitantes, entorpecentes e de sedativo ingerido a granel para anestesiar a dor ínfima. Em caso contrário, será criatura assediada pelos espíritos de glutões, gozadores e fesceninos, uma vez que o médium é porta aberta em permanente contato com o Invisível. 2 Deve cultuar vida saudável e correta, que lhe preserve o corpo físico dos excessos esportivos violentos, cujas emoções dão motivo a desperdício do seu magnetismo terapêutico.
2 – Notado Revisor: Recomendamos a excelente comunicação do espírito de Irmão X, inserta na revista “O Reformador” de julho de 1963, página 147, intitulada. “Médiuns Espíritas”, que serve de importante advertência a todos os médiuns.
Sem dúvida, a luta do médium para sobreviver no mundo físico é bem mais intensa e sacrificial do que a existência do homem comum, que apenas atende às contingências instintivas de cuidar da prole, que é fruto do cumprimento da lei do “crescei e multiplicaivos”. Aliás, quando o médium retoma ao Além, ele já se dá por muito satisfeito, caso tenha desempenhado um mínimo de dez por cento do programa a que se comprometeu e foi elaborado pelos seus mentores siderais.