NOS BRAÇOS DO AMOR QUE GERA A VIDA

Mãe Divina…
Outrora eu entrei em um dos seus templos sagrados movido pela arrogância, e sequer tirei o calçado. Entrei e pisei forte, para chamar atenção.
Precisava ser durão diante dos meus asseclas. Entretanto, a minha realidade era outra, bem diferente do que eu mostrava.
Escondida dentro do brutamontes arrogante, havia uma criança chorando, perdida no mais triste dos mundos: o meu interior.
Eu carregava um mar de agonia por dentro.
Porém, não houve muita ligação entre nós, não é, Mãe?
Que linha poderia unir a sua serenidade com a minha turbulência?
Eu era só gritos de arrogância e você era só silêncio sereno. Contudo, mesmo sem que eu merecesse, senti algo que nunca havia sentido.
Alguém invisível me abraçou em silêncio no seu templo e algo terno me tocou profundamente. Nesse instante, a criança se aquietou dentro de mim e, pela primeira vez em muito tempo, eu senti paz.
Eu saí dali desnorteado, querendo chorar quieto, mas não podia demonstrar isso para os meus homens. Fingi ser durão e me escondi dentro da casca grossa que criei para andar no mundo.
Mãe, eu nunca mais me esqueci do toque terno do invisível que tocou minha criança naquele dia. O tempo passou e a roda da vida me girou muitas vezes…
Na realidade, eu me emaranhei todo no cipoal das emoções desencontradas.
Bati e apanhei, amei e odiei, houve vezes em que fugi de medo, em outras lutei corajosamente. Matei muito, e também morri muitas vezes… E renasci.
Recentemente, no ocaso de minha última existência, em que drenei na carne, pela doença e por muitas dores, os sofrimentos que causei no passado, resgatei o meu fel!
Pertinho do fim, já desgastado de tanta dor, senti um toque terno invisível. E algo estalou imediatamente em minha mente: eu conhecia aquele toque! Era o mesmo toque daquele dia em seu templo.
Dentro do corpo enfraquecido, em espírito, eu me lembrava. E, logo depois, fui embalado por uma onda de Amor Sereno, que me ergueu no ar acima do corpo já parado.
Adormeci embalado em doces harmonias, igual criança no colo da mãe.
Tempos depois, já desperto numa casa de recuperação extrafísica, um de seus trabalhadores espirituais se aproximou de mim e me disse:
“Você resgatou muita coisa, hein?
Desde aquele dia no templo da Mãe Divina*, naquela sua vida furiosa, que nós estamos de olho em você. A Mãe ordenou que nós o seguíssemos, vida após vida, até o momento do seu despertar. No abraço sereno daquele dia, Ela operou uma sutil transformação em seu coração.
Por Sua Graça, Ela plantou pequenas sementes de Luz em seu espírito, para que elas germinassem novos rumos ao longo do tempo e guiassem os seus passos para longe da violência. Naquele dia, Ela não viu o brutamontes, mas, sim, a criança de dentro chorando perdida na escura noite do seu orgulho.
Ela não julgou o homem violento, apenas sintonizou a criança.
De lá para cá, muitas coisas lhe aconteceram, até essa última existência de resgate dolorido. A Mãe Divina quer ver se as suas sementes germinaram.
Você gostaria de trabalhar com nossa equipe, ajudando a outros que estão sofrendo na jornada?
Que tal agradecer o toque da Mãe tocando a outros que vivem nas trevas da violência?
Você gostaria de ver essas sementes luminosas crescendo a favor de outros?
Se desejar isso, de coração, você poderá aprender muitas coisas e ser feliz.
Servir ao mundo no Silêncio que Ama e ajuda os homens é servir a Mãe Divina!”
Então, aceitei o convite, contente pela chance.
Agora, é hora do meu treinamento e seguirei para aprender a germinar as sementes luminosas da Mãe na hora certa e a favor de todos.
Pela graça desses trabalhadores da Mãe, seguirei para uma escola do Astral, onde aprenderei a ser benfeitor anônimo.
Seguirei para a escola dos Semeadores do Amor…
Por esse motivo, antes de seguir, os meus amigos me pediram para dar o meu testemunho aos homens, para alicerçá-los na certeza de que até mesmo os brutamontes cascas grossas recebem o amparo na hora devida.
Mãe, com o apoio desses amigos, eu vim aqui para que um dos seus meninos trabalhadores na Terra transcreva os meus pensamentos e leve-os ao conhecimento de quem seja devido.
Agora a minha criança está em paz, pois o casca grossa se foi…
Ficou apenas um menino, que agora também é seu trabalhador.
Mãe, obrigado por me resgatar.

– Anônimo –
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – São Paulo, 04 de dezembro de 2003.)

– Nota de Wagner Borges:
Estes escritos foram recebidos espiritualmente no quadro de aula do salão do IPPB, diante das 40 pessoas participantes do curso Om Sattva – fase 27.
Esclareço aos leitores que a onda de Amor que chegou junto com o depoimento desse espírito foi um negócio de derreter o chacra cardíaco. Ao mesmo tempo, os chacras da cabeça (coronário e frontal) vibravam muito e minha aura se dilatou consideravelmente.
Essa onda de Amor era grandiosa. Na verdade, era “muita areia para o meu caminhão carregar”.
Ser o repassador de algo assim me deixa muito agradecido ao Alto, ainda mais sabendo que outras pessoas captarão o teor espiritual da mensagem corretamente e refletirão em cima dessa sintonia consciencial profunda.
Sinto-me agraciado pela oportunidade, não pelo meu ego, mas pela presença de Amor que sinto nesses acontecimentos anímicos-mediúnicos.
Desde os 15 anos trabalhando e estudando os temas espirituais diretamente, ainda me sinto com a alegria do aprendiz ao passar por uma experiência dessas.
Não há nada que me deixe mais contente do que estar com os chacras** pulsando de energia na sintonia de algum lance espiritual legal. Fico igual criança, empolgado mesmo, às vezes por um lance simples como uma projeção extrafísica no próprio quarto de dormir, ou somente pelo fato de ter sentido ou visto algo espiritual.
Que alegria, depois de tantos anos de “rodagem espiritual” ainda me emocionar com essas coisas da alma e estar com os olhos brilhando só de pensar, falar ou escrever sobre isso… E o melhor: com vontade de cada vez mais fazer isso, e melhorando a cada dia.
De coração, também digo: “Obrigado, Mãe Divina!”
(Quando a tranca do ego é removida do coração espiritual, o que se vê é só o Amor).

– Notas do Texto:
* Mãe Divina – expressão espiritual para designar o Poder Absoluto que está em tudo; O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina.
** Chacras – do sânscrito – são os centros de força situados no corpo energético e têm como função principal a absorção de energia – prana, chi – do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
Os principais chacras são sete, que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico.
Obs.: Ver o texto “Chacras e Cura Psíquica – II”, neste link:
http://www.ippb.org.br/bioenergia/chacras-e-cura-psiquica-ii
(E, para mais informações detalhadas sobre bioenergia, aura e chacras, ver a seção específica no site do IPPB, neste link: http://www.ippb.org.br/bioenergia).

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